DA REDAÇÃO

O governo afegão anunciou ontem que um bombardeio de forças da Otan, a aliança militar ocidental, matou ontem 76 civis, a maioria mulheres e crianças, numa região montanhosa a oeste do país.
Segundo relatou o Ministério do Interior afegão, o ataque foi lançado de madrugada com o objetivo de atingir posições da milícia Taleban no distrito de Shindand, mas acabou destruindo 15 casas em um vilarejo.
"O Ministério do Interior manifestou seu pesar em razão deste acidente involuntário e enviou uma delegação de dez pessoas ao local para obter detalhes", disse um porta-voz do governo afegão.
Mas o comando da Otan negou a versão afegã e afirmou que o ataque matou 30 milicianos do Taleban, que comandou o país até 2001, quando foi derrubada por ofensiva liderada pelos EUA.
A controvérsia sobre o caso ocorre em meio a um aumento da violência insurgente e a um crescente questionamento da eficácia do contingente internacional no país -são cerca de 70 mil soldados da Otan.
Na última terça-feira, dez militares franceses morreram em emboscada seguida de pesados confrontos com o Taleban. Há suspeitas, relatadas pela imprensa francesa, de que as mortes tenham sido causadas por fogo amigo. Foi a pior baixa sofrida por militares da França desde um atentado em 1983, em Beirute, que matou 58 homens.
As mortes levaram o governo francês a anunciar ontem que consultará o Parlamento nas próximas semanas sobre a permanência ou não dos cerca de 3.000 soldados do país no Afeganistão.

Com agências internacionais

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