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SUCESSÃO NOS EUA / A ESCOLHA DE BARACK
Suspense do vice de Obama monopoliza mídia e piadas
Há dias democrata prometeu anunciar colega de chapa "em breve'; nome é esperado para hoje
Senadores Joe Biden e Evan Bayh e o governador Tim Kaine são os mais cotados, mas Hillary Clinton não
está totalmente descartada
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Enquanto permanecia o mistério do democrata Barack
Obama sobre quem escolheu
para ser vice em sua chapa presidencial, o assunto virava a
piada da semana nos EUA.
Nos últimos dias, eleitores de
vários Estados americanos receberam trotes em mensagens
no celular anunciando para o
posto nomes como o do astro
olímpico Michael Phelps e até o
personagem de desenho Mickey Mouse.
A campanha democrata se
apressou em informar que não
divulgou seu cadastro de eleitores para ninguém. O trote vem
por mensagem de texto, que é
como Obama prometeu divulgar sua escolha para os simpatizantes que se inscreveram em
seu site pedindo para serem "os
primeiros a saber".
Na TV americana, a escolha
do vice era assunto prioritário,
mesmo sem haver pistas do resultado. No dia anterior, Obama disse a jornalistas que já havia escolhido seu parceiro na
corrida para a Casa Branca.
Nos bastidores, previa-se o
anúncio para hoje, em comício
em Springfield (Illinois), para
esquentar a imagem do vice para a convenção democrata, que
começa na segunda-feira, em
Denver (Colorado). O vice fará
discurso na quarta-feira, um
dia antes de Obama ser oficializado como candidato.
O Partido Republicano, que
faz sua convenção de 1 a 4 de setembro, em Saint Paul (Minnesota), também não divulgou o
vice de John McCain. A expectativa é que o faça no dia 29.
Tocaia televisiva
Na esperança de que algo fosse antecipado, emissoras de TV
enviaram equipes para a casa
dos nomes mais cotados.
A CNN fazia passagens ao vivo das casas de Evan Bayh, senador de Indiana, Tim Kaine,
governador da Virgínia, e Joe
Biden, veterano senador por
Delaware. Os dois primeiros representam Estados-chave, onde as pesquisas não mostram
preferência partidária clara.
Já Biden, de um Estado claramente pró-democrata, é tido
como experiente em questões
internacionais, ponto fraco de
Obama segundo pesquisas.
Havia ainda apostas no deputado Chet Edwards, do Texas,
Estado que só perde para a Califórnia em número de votos no
Colégio Eleitoral (são 34, contra 54 do Estado mais populoso
do país). As perspectivas de que
os democratas possam virar o
jogo ali, contudo, são irrisórias,
já que os texanos são republicanos fiéis. Ontem, Edwards disse que não falava com Obama
havia dias.
A ex-pré-candidata democrata Hillary Clinton também
aparecia cotada, apesar de a imprensa dizer que Obama nunca
a considerou seriamente.
Acusada de não ter dado
apoio enfático ao colega durante um comício na Flórida, ela se
defendeu ontem: "Eu tenho feito mais do que qualquer pessoa
já fez em minha situação [a de
perdedor das primárias por
margem pequena]", disse.
Campanha suja
Enquanto o enigma sobre o
vice de Obama tomava conta do
noticiário, nos Estados-chave
(como Flórida e Ohio) os candidatos levavam ao ar anúncios
em que se acusavam mutuamente de elitistas e distantes
do americano comum.
Em nova peça, McCain tenta
novamente desconstruir a imagem do democrata com a frase:
"Celebridades como Obama
não precisam se preocupar
com orçamento familiar".
Já o democrata continuava a
exibir o anúncio no qual dizia o
mesmo de McCain, por ele ter
declarado nesta semana não saber quantas casas tem. Obama
contabilizou publicamente: são
sete, contra "apenas uma" dele.
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