São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / A ESCOLHA DE BARACK

Suspense do vice de Obama monopoliza mídia e piadas

Há dias democrata prometeu anunciar colega de chapa "em breve'; nome é esperado para hoje

Senadores Joe Biden e Evan Bayh e o governador Tim Kaine são os mais cotados, mas Hillary Clinton não está totalmente descartada


DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Enquanto permanecia o mistério do democrata Barack Obama sobre quem escolheu para ser vice em sua chapa presidencial, o assunto virava a piada da semana nos EUA.
Nos últimos dias, eleitores de vários Estados americanos receberam trotes em mensagens no celular anunciando para o posto nomes como o do astro olímpico Michael Phelps e até o personagem de desenho Mickey Mouse.
A campanha democrata se apressou em informar que não divulgou seu cadastro de eleitores para ninguém. O trote vem por mensagem de texto, que é como Obama prometeu divulgar sua escolha para os simpatizantes que se inscreveram em seu site pedindo para serem "os primeiros a saber".
Na TV americana, a escolha do vice era assunto prioritário, mesmo sem haver pistas do resultado. No dia anterior, Obama disse a jornalistas que já havia escolhido seu parceiro na corrida para a Casa Branca.
Nos bastidores, previa-se o anúncio para hoje, em comício em Springfield (Illinois), para esquentar a imagem do vice para a convenção democrata, que começa na segunda-feira, em Denver (Colorado). O vice fará discurso na quarta-feira, um dia antes de Obama ser oficializado como candidato.
O Partido Republicano, que faz sua convenção de 1 a 4 de setembro, em Saint Paul (Minnesota), também não divulgou o vice de John McCain. A expectativa é que o faça no dia 29.

Tocaia televisiva
Na esperança de que algo fosse antecipado, emissoras de TV enviaram equipes para a casa dos nomes mais cotados.
A CNN fazia passagens ao vivo das casas de Evan Bayh, senador de Indiana, Tim Kaine, governador da Virgínia, e Joe Biden, veterano senador por Delaware. Os dois primeiros representam Estados-chave, onde as pesquisas não mostram preferência partidária clara.
Já Biden, de um Estado claramente pró-democrata, é tido como experiente em questões internacionais, ponto fraco de Obama segundo pesquisas.
Havia ainda apostas no deputado Chet Edwards, do Texas, Estado que só perde para a Califórnia em número de votos no Colégio Eleitoral (são 34, contra 54 do Estado mais populoso do país). As perspectivas de que os democratas possam virar o jogo ali, contudo, são irrisórias, já que os texanos são republicanos fiéis. Ontem, Edwards disse que não falava com Obama havia dias.
A ex-pré-candidata democrata Hillary Clinton também aparecia cotada, apesar de a imprensa dizer que Obama nunca a considerou seriamente.
Acusada de não ter dado apoio enfático ao colega durante um comício na Flórida, ela se defendeu ontem: "Eu tenho feito mais do que qualquer pessoa já fez em minha situação [a de perdedor das primárias por margem pequena]", disse.

Campanha suja
Enquanto o enigma sobre o vice de Obama tomava conta do noticiário, nos Estados-chave (como Flórida e Ohio) os candidatos levavam ao ar anúncios em que se acusavam mutuamente de elitistas e distantes do americano comum.
Em nova peça, McCain tenta novamente desconstruir a imagem do democrata com a frase: "Celebridades como Obama não precisam se preocupar com orçamento familiar".
Já o democrata continuava a exibir o anúncio no qual dizia o mesmo de McCain, por ele ter declarado nesta semana não saber quantas casas tem. Obama contabilizou publicamente: são sete, contra "apenas uma" dele.


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