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Ahmadinejad apresenta avião não tripulado iraniano
Aeronave consegue transportar mísseis e fazer missões de espionagem a 900 km/h, mas não alcança Israel
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Irã apresentou ontem o
seu primeiro "drone" (avião
não tripulado) de fabricação
nacional, construído com o
objetivo de ser um "embaixador da morte" para os inimigos do país persa, segundo
disse o presidente Mahmoud
Ahmadinejad.
O lançamento é uma resposta às crescentes ameaças
de ataque americano ou israelense contra instalações
nucleares iranianas -que
Teerã diz ter fins científicos e
energéticos, não militares.
Batizado de Karrar, que
significa "atacante" em persa, o avião foi apresentado
numa cerimônia militar
transmitida pela TV estatal,
que também exibiu imagens
do aparelho decolando durante um suposto teste.
A aeronave, que coloca o
Irã dentro de um seleto grupo
de países capazes de produzir aviões não tripulados, ao
lado de Israel, França e EUA,
tem quatro metros de comprimento, voa a 900 km/h e
pode carregar vários tipos de
mísseis ou ser usada em missões de espionagem.
Seu alcance é de 1.000 km,
insuficiente para alvejar Israel, mas o bastante para
atingir alvos dos EUA no golfo Pérsico ou no Afeganistão.
Os dados sobre o avião foram divulgados por Teerã e
não puderam ser verificados.
DEFESA
Em discurso na cerimônia,
Ahmadinejad disse que o
Karrar pretende "manter o
inimigo paralisado em suas
bases" e repetiu que o arsenal iraniano visa a apenas reforçar a capacidade defensiva do Irã. "Nunca seremos os
primeiros a atacar", disse.
"EUA e Israel dizem que
todas as opções estão sobre a
mesa. Pois nós dizemos o
mesmo", acrescentou.
O Karrar foi apresentado
como a mais recente proeza
tecnológica do Irã, que foi
obrigado a desenvolver seus
próprios submarinos, lanchas de alta velocidade, tanques e mísseis após ter sido
submetido pelos EUA a um
embargo sobre importação
de armas -o cerco militar foi
apoiado por outras potências
ocidentais.
O programa nuclear também é tido como um símbolo
de independência e de resistência às adversidades impostas pelas potências ocidentais ao Irã, submetido a
sanções econômicas da ONU
e de vários países.
Anteontem, o Irã, que já
possui boa capacidade de
enriquecer urânio, inaugurou sua primeira usina atômica, em mais um passo rumo ao domínio completo do
ciclo de produção nuclear.
Israel, que possui arsenal
nuclear fora dos tratados internacionais, disse que a usina é "totalmente inaceitável"
e cobrou maior pressão internacional contra o Irã.
Apesar da retórica inflamada, Ahmadinejad disse à
TV Al Jazeera, do Qatar, que o
Irã está disposto a reatar laços com os EUA, rompidos
desde os anos 1980. "É muito
melhor ter a amizade do Irã
do que sua hostilidade", disse o presidente.
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