São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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Ahmadinejad apresenta avião não tripulado iraniano

Aeronave consegue transportar mísseis e fazer missões de espionagem a 900 km/h, mas não alcança Israel

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Irã apresentou ontem o seu primeiro "drone" (avião não tripulado) de fabricação nacional, construído com o objetivo de ser um "embaixador da morte" para os inimigos do país persa, segundo disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
O lançamento é uma resposta às crescentes ameaças de ataque americano ou israelense contra instalações nucleares iranianas -que Teerã diz ter fins científicos e energéticos, não militares.
Batizado de Karrar, que significa "atacante" em persa, o avião foi apresentado numa cerimônia militar transmitida pela TV estatal, que também exibiu imagens do aparelho decolando durante um suposto teste.
A aeronave, que coloca o Irã dentro de um seleto grupo de países capazes de produzir aviões não tripulados, ao lado de Israel, França e EUA, tem quatro metros de comprimento, voa a 900 km/h e pode carregar vários tipos de mísseis ou ser usada em missões de espionagem.
Seu alcance é de 1.000 km, insuficiente para alvejar Israel, mas o bastante para atingir alvos dos EUA no golfo Pérsico ou no Afeganistão.
Os dados sobre o avião foram divulgados por Teerã e não puderam ser verificados.

DEFESA
Em discurso na cerimônia, Ahmadinejad disse que o Karrar pretende "manter o inimigo paralisado em suas bases" e repetiu que o arsenal iraniano visa a apenas reforçar a capacidade defensiva do Irã. "Nunca seremos os primeiros a atacar", disse.
"EUA e Israel dizem que todas as opções estão sobre a mesa. Pois nós dizemos o mesmo", acrescentou.
O Karrar foi apresentado como a mais recente proeza tecnológica do Irã, que foi obrigado a desenvolver seus próprios submarinos, lanchas de alta velocidade, tanques e mísseis após ter sido submetido pelos EUA a um embargo sobre importação de armas -o cerco militar foi apoiado por outras potências ocidentais.
O programa nuclear também é tido como um símbolo de independência e de resistência às adversidades impostas pelas potências ocidentais ao Irã, submetido a sanções econômicas da ONU e de vários países.
Anteontem, o Irã, que já possui boa capacidade de enriquecer urânio, inaugurou sua primeira usina atômica, em mais um passo rumo ao domínio completo do ciclo de produção nuclear.
Israel, que possui arsenal nuclear fora dos tratados internacionais, disse que a usina é "totalmente inaceitável" e cobrou maior pressão internacional contra o Irã.
Apesar da retórica inflamada, Ahmadinejad disse à TV Al Jazeera, do Qatar, que o Irã está disposto a reatar laços com os EUA, rompidos desde os anos 1980. "É muito melhor ter a amizade do Irã do que sua hostilidade", disse o presidente.


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