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Brasil enviava preso
para a ilha Anchieta
da enviada especial
No Brasil, japoneses residentes
no país foram presos, acusados de
espionagem e sabotagem durante
o período de guerra.
Chamados de "quinta coluna",
ou espiões, eles eram levados para
prisões do Dops (Departamento
Estadual de Ordem Política e Social) e depois distribuídos para delegacias de São Paulo, diz a socióloga Célia Sakurai.
Alguns deles, diz Sakurai, foram
mandados como presos políticos
para um presídio localizado na
ilha Anchieta, no litoral paulista.
No livro "O Imigrante Japonês", de Tomoo Handa, há relatos de japoneses colocados em prisões do Estado em "celas minúsculas" com até dez pessoas, cujas
janelas altas e pequenas causavam
"sufocação". Para passar o tempo, jogavam partidas de "Gô",
espécie de xadrez japonês com botões brancos e pretos.
Durante o período da guerra, os
japoneses eram proibidos de falar
sua língua em público, tiveram
jornais e escolas da comunidade
fechados, e suas propriedades foram administradas por interventores nomeados pelo governo brasileiro.
Segundo Célia Sakurai, japoneses que moravam em cidades litorâneas do Estado foram obrigados
a deixar suas casas e procurar
abrigo na casa de parentes e amigos no interior do Estado ou na capital.
O motivo era o temor, por parte
do governo brasileiro, aliado aos
Estados Unidos, de uma invasão
de tropas nipônicas. "Havia um
um medo da "invasão amarela'
naquela época", afirma Sakurai.
O assunto das prisões dos imigrantes de países do Eixo, no entanto, seria pouco explorado.
"Ainda não foi feita nenhuma
grande pesquisa a respeito", diz
Sakurai.
(LH)
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