São Paulo, domingo, 23 de agosto de 1998

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Tel Aviv é reduto secular

free-lance para a Folha

Além de ser reconhecida internacionalmente como a capital de Israel, a cidade de Tel Aviv é considerada um bastião pelos israelenses não-religiosos. É nela que se concentra a cena artística do país, que enfrenta setores judaicos ultra-ortodoxos em discussões intermináveis sobre liberdade de expressão.
O prefeito de Tel Aviv, Roni Milo, é um dos políticos que defendem a bandeira do secularismo.
No ano passado, por exemplo, cerca de 8.000 judeus ortodoxos se reuniram em frente a um shopping center de Ramat Aviv, um subúrbio rico da cidade, exigindo o seu fechamento completo durante o shabat.
Milo foi enfático: "Se eles trouxerem Bnei Brak (forte reduto ortodoxo) a Tel Aviv, levaremos Tel Aviv a Bnei Brak". O prefeito convocou todos os cidadãos a deixar de comprar no shopping caso seus proprietários cedessem à pressão dos religiosos.
Uma lei municipal, aprovada recentemente, autoriza a abertura de negócios durante o shabat na cidade. A vitória dos secularistas de Tel Aviv, porém, não foi completa. Para entrar em vigor, a lei precisa ser sancionada pelo ministro do Interior, que tem se recusado a fazê-lo.
Os bares e casas noturnas de Tel Aviv abrigam também a cena homossexual israelense. Foi nesses clubes que a cantora transexual Dana International começou a trilhar carreira internacional. Sua vitória este ano no Eurovision, festival de música europeu, irritou a comunidade ortodoxa. (MS)



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