|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE OCUPADO
Em discurso hoje, presidente pedirá ajuda para a reconstrução; para Rice, entrega rápida de poder é "impraticável"
Na ONU, Bush voltará a defender a guerra
DA REDAÇÃO
Em discurso direcionado a antigos aliados, o presidente dos
EUA, George W. Bush, deve afirmar hoje na ONU que a Guerra do
Iraque foi "a decisão certa" e que
chegou a hora de colocar as diferenças de lado e de se unir em torno de um grande esforço de reconstrução.
No discurso na Assembléia Geral da entidade, ele também pedirá um novo esforço para deter a
proliferação de armas nucleares,
sob o argumento de que é a única
forma de evitar novos conflitos, e
também fará um apelo para pôr
fim à escravidão no mundo.
Segundo funcionários da Casa
Branca que trabalharam no discurso ouvidos pelo "New York Times", Bush, diante de uma audiência tida como variando de cética a hostil, não reconhecerá que
cometeu erros durante o pós-guerra iraquiano.
Em conversas privadas, no entanto, muitos funcionários do governo admitem que o Pentágono
estava despreparado para o escopo e a duração dos ataques de
guerrilha contra as tropas lideradas pelos EUA. Desde que Bush
declarou o fim dos combates
principais, em 1º de maio, mais de
70 soldados americanos morreram em ataques.
Bush voltará a pedir na ONU
que outros países -inclusive os
que se opuseram à invasão do Iraque- ajudem na reconstrução,
mas não oferecerá concessões,
principalmente a entrega imediata do poder aos iraquianos, como
defende a França.
Bush não deverá fazer menções
específicas ao Irã e à Coréia do
Norte, que os EUA acusam de ter
programas nucleares.
Entrevista
Em participação no programa
de TV "Fox News" gravada ontem, Bush disse não ter certeza se
os EUA deveriam dar à ONU um
papel mais significante para conseguir apoio a uma nova resolução sobre o Iraque. A entrevista
seria transmitia ontem à noite.
"Eu realmente acredito que ajudaria se as Nações Unidas se envolvessem na elaboração de uma
Constituição", disse Bush, na entrevista. "Quero dizer, eles são
bons nisso."
"Ou, talvez, quando um processo eleitoral começar, a ONU a supervisionaria. Isso seria considerado um papel maior", disse.
Questionado sobre se ele estava
propenso a dar mais poder à
ONU para implantar políticas de
desenvolvimento no Iraque, Bush
respondeu: "Não estou seguro se
deveríamos, para começar".
"Impraticável"
Bush também deixou claro que
não haverá transferência imediata
de poder aos iraquianos, como
propõe a França do presidente
Jacques Chirac.
"A chave sobre qualquer resolução [da ONU] é que ela não fique
no caminho de uma transferência
ordenada de soberania baseada
em uma série lógica de passos. E
isso é: Constituição, eleições e então a transferência de autoridade", disse Bush.
Em entrevista coletiva ontem,
assessora de Segurança Nacional
da Casa Branca, Condoleezza Rice, criticou abertamente a proposta francesa de rápida transferência de poder. "O plano francês,
que transferiria de alguma forma
a soberania a um grupo de pessoas não eleitas, é simplesmente
impraticável."
Blair em baixa
No Reino Unido, o apoio da opinião pública à Guerra do Iraque
continua caindo. Pesquisa divulgada ontem revela que menos da
metade dos eleitores britânicos
acredita que a guerra tinha justificativa, ao contrário do que defende o premiê Tony Blair.
A pesquisa, encomendada pelo
jornal "The Guardian", pela primeira vez mostrou que a maioria
está contra a ação militar.
Logo após a Guerra do Iraque, o
apoio ao uso da força naquele país
estava em 63%. Mas a aprovação
passou a cair até chegar aos atuais
38%, segundo a pesquisa. Além
disso, 53% disseram não haver
motivo para a guerra.
Com agências internacionais e "The New
York Times"
Texto Anterior: "Não sei o que acontecerá conosco", desabafa porta-voz da entidade Próximo Texto: Democrata pode ganhar eleição, mostra pesquisa Índice
|