São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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RELIGIÃO

Novas regras para aplicação em seminários podem sair em seis semanas; padres homossexuais não serão banidos

Vaticano deve barrar ordenação de gays

DA REDAÇÃO

O jornal norte-americano "New York Times" informou ontem que o Vaticano prepara o lançamento, ainda neste ano, de um documento contendo regras impedindo que homossexuais se tornem padres da Igreja Católica.
De acordo com o "Times", seu informante, um membro da igreja que "tem o conhecimento completo das novas regras" e cuja identidade o periódico não revelou, afirmou que o papa Bento 16 deve assinar o documento em até seis semanas.
Segundo as novas regras a serem aplicadas nos seminários, candidatos homossexuais não poderão se tornar padres, mas os gays que já foram ordenados não serão expulsos da igreja. No entanto os novos ditames prevêem que mesmo os celibatários, se homossexuais, não poderão ser ordenados padres.
Se efetivamente promulgadas, as regras viriam pouco após a decisão da Santa Sé de enviar delegados aos 229 seminários nos EUA a fim de avaliar os cursos e procurar por "evidências de homossexualismo".
Ambas as medidas estão ligadas aos escândalos de abuso sexual por parte de padres americanos que despontaram no ano de 2002 -quando o cardeal Bernard Law, acusado de encobertar a prática de pedofilia por padres em sua diocese, renunciou ao arcebispado de Boston .
Ativistas gays e setores da Igreja Católica nos EUA criticaram a medida e negaram que os escândalos de abuso de menores no país estejam ligados à homossexualidade de padres ou de seminaristas.
Para Harry Knox, diretor de Religião da Fundação Campanha pelos Direitos Humanos, grupo de lobby político pelos direitos dos homossexuais, a atitude do Vaticano é um grave insulto. "Estão tratando o homossexualismo e a pedofilia como se fossem a mesma coisa. E pior: dizendo que os gays não conseguem controlar seus impulsos", disse.

Conclave
Segundo a rede de TV italiana TG2, o diário não autorizado de um cardeal contém a informação de que Joseph Ratzinger foi eleito papa com 84 dos votos do conclave, sendo que o argentino Jorge Mario Bergolio ficou em segundo lugar, com 26 votos.
Segundo a TG2, o diário anônimo seria publicado na edição de hoje da revista italiana "Limes".
O Vaticano se recusou a comentar a notícia.


Colaborou Leila Suwwan, de Nova York

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