|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Acabar mandato será difícil
DO ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ
Com experiência política
próxima do zero, o recém-empossado presidente Carlos Mesa terá duros obstáculos à frente caso queira continuar no poder.
Mais conhecido como comentarista de TV (na rede
PAT, de sua propriedade) e
sem filiação partidária, Mesa
se candidatou pela primeira
vez em 2002, na chapa do ex-presidente Gonzalo Sánchez
de Lozada, que renunciou ao
cargo na semana passada
-ele rompeu com o então
governante antes da renúncia.
Na Presidência, sua imagem independente -reforçada pela escolha de ministros sem partido- deverá
ser seu maior trunfo ou sua
grande fraqueza no difícil
caminho até 2007.
Analistas acreditam que o
principal líder da oposição, o
cocaleiro Evo Morales, do
MAS (Movimento ao Socialismo), tenha pressa de chegar ao poder.
Segundo colocado nas
eleições para a Presidência
da Bolívia em 2002, o líder
cocaleiro teve participação
ativa nas manifestações que
derrubaram Sánchez de Lozada da Presidência.
Seu partido, que tem a segunda maior bancada no
Congresso, tem dado sinais
de apoio a Mesa, mas não é
nem de longe uma aliança
incondicional.
Outro importante foco de
oposição é o líder indígena
Felipe Quispe, que demonstrou um forte poder de mobilização entre os camponeses aimarás. Nesta semana,
ele prometeu uma trégua de
90 dias em troca da implantação de medidas radicais,
como o rechaço à Alca.
Prova de fogo
A primeira prova de fogo
do presidente será a política
de gás natural, catalisador
dos protestos que culminaram na deposição de Sánchez de Lozada. O referendo
que decidirá se a Bolívia venderá ou não gás ao exterior
pode radicalizar ainda mais
as posições sobre o tema.
Se sobreviver a isso, Mesa
ainda deverá passar por uma
Assembléia Constituinte e
administrar o eterno embate
entre os cocaleiros e a pressão norte-americana de
combate à droga.
(FM)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Ásia: Índia divulga oferta de diálogo com Paquistão Índice
|