DA ASSOCIATED PRESS

A Índia divulgou ontem propostas sem precedentes para negociar com o rival Paquistão, oferecendo-se inclusive para dialogar com políticos separatistas na Caxemira.
Mas o Paquistão se disse "decepcionado" porque a Índia não cita a hipótese de negociar diretamente com Islamabad quanto ao destino da Caxemira. Os dois vizinhos, que têm armas nucleares, já travaram três guerras (1948, 1965 e 1971) -duas delas por causa dessa região- desde a independência de ambos, em 1947.
O Paquistão quer o controle total sobre a Caxemira, sob o argumento de que a população local é majoritariamente muçulmana. Grupos islâmicos lutam contra o domínio indiano, com ataques terroristas. A Índia acusa o Paquistão de apoiar esses grupos.
As propostas indianas, anunciadas pelo chanceler Yashwant Sinha, incluem desde questões simples, como autorização para que torcedores assistam a jogos de críquete entre Índia e Paquistão, até pontos mais abrangentes, como a retomada das conexões aéreas e ferroviárias.
A Chancelaria paquistanesa disse que a restauração das conexões de viagem e das competições esportivas e outras iniciativas desse gênero seriam consideradas com seriedade. Mas afirmou que o país estava desapontado sobre a questão da Caxemira.
Sinha disse que a condição para retomar o diálogo é Islamabad impedir a ação de terroristas islâmicos que atacam na Caxemira e em território indiano.
"Nenhum diálogo significativo e produtivo pode ser sustentado com o Paquistão se eles mantiverem seu terrorismo através das fronteiras como instrumento de Estado", disse o ministro indiano.
Desde que o premiê Atal Bihari Vajpayee anunciou, em abril, que ele tentaria uma vez mais promover a paz com a Paquistão, os dois governos deram pequenos passos para restaurar suas relações. Apontaram novos embaixadores e reabriram uma linha de ônibus.


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