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HUNGRIA
Presidente pede unidade ao abrir comemorações por 1956
DA ASSOCIATED PRESS
O presidente da Hungria
fez um apelo pela unidade
nacional na abertura, ontem,
das comemorações pelo 50º
aniversário da Revolução de
1956, reprimida pela forças
soviéticas. Em discurso na
Ópera do Estado diante de
delegações estrangeiras, Laszlo Solyom afirmou que diferentes correntes políticas estavam sendo seletivas sobre
a data em nome de seus interesses particulares.
"As pessoas não estão só
comemorando separadamente, elas também estão
celebrando algo mais", disse
Solyom. "O slogan da moda é
que houve muitos 1956, e
com isso o valor e o significado de 1956 é relativizado.
Mas eu digo que só há uma
Revolução de 1956."
A principal disputa política hoje na Hungria opõe o
governo do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, do
Partido Socialista (ex-comunista), à agremiação direitista Fidesz, do ex-premiê Viktor Órban. Gyurcsany enfrenta desde o mês passado
uma onda de protestos por
ter admitido que mentiu sobre a situação econômica do
país para vencer as eleições
gerais de abril passado.
A oposição prometeu boicotar os eventos em que
Gyurcsany falará e questiona
o direito dos ex-comunistas
de liderarem as comemorações oficiais, que durarão
uma semana. Durante a Revolução de 1956, os comunistas se dividiram: a ala reformista, liderada pelo então
premiê Imre Nagy, acabou à
frente do movimento por reformas democráticas e tentou declarar a neutralidade
da Hungria. Mas acabou
afastada e punida por comunistas que se alinharam à
União Soviética.
"O dia 23 de outubro pode
ser um verdadeiro feriado
nacional se quisermos que
seja e se caminharmos em direção à unidade de 1956",
ressaltou Solyom.
O presidente da Áustria,
Heinz Fischer, falando em
nome das cerca de 50 delegações estrangeiras, disse que a
revolução não aconteceu em
vão, e citou a entrada da
Hungria na União Européia.
"Na democracia, os oponentes políticos não são inimigos, nenhum partido tem a
posse da verdade", disse Fischer.
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