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Governo britânico critica apoio de Thatcher à libertação de Pinochet
de Londres
O governo britânico acusou a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que saiu publicamente em defesa da libertação de
Augusto Pinochet, 82, de tentar
politizar um assunto que é essencialmente jurídico.
Em carta publicada ontem pelo
jornal "The Times", Thatcher afirmou que "deve-se permitir a volta
imediata de Pinochet a seu país".
Um porta-voz do primeiro-ministro Tony Blair, trabalhista, rebateu
as acusações da "dama de ferro",
que encabeçou governo conservador, afirmando que Thatcher pretende "politizar o caso Pinochet".
O chanceler Robin Cook, reiterando posição defendida por Blair,
disse que seria um equívoco tentar
intervir em assuntos legais sob
pressões política e diplomática.
"Tenho certeza de que Thatcher,
ao refletir sobre o assunto, vai concluir que é muito positivo o fato de
o Reino Unido ter um sistema judicial independente, que não sofre
intervenções políticas", disse.
A ex-primeira-ministra denunciou também o que classificou de
uma "incoerência". Segundo ela,
ao mesmo tempo em que mantém
detido um aliado (o Chile, sob o
governo Pinochet, foi o único país
latino-americano a apoiar o Reino
Unido na Guerra das Malvinas,
que o opôs à Argentina), recebe o
líder de um país que atacou seu
território, justamente o presidente
argentino, Carlos Menem. Na próxima semana, Menem realiza a primeira visita oficial de um chefe de
Estado argentino ao país desde o
conflito das Malvinas, em 82.
As entidades de defesa dos direitos humanos consideraram as palavras da ex-primeira-ministra
britânica um desrespeito e um ataque aos princípios democráticos.
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