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CRISE
Dezenas de reformistas são detidos
Protesto no Irã acaba em violência e prisões
DA REDAÇÃO
Dezenas de pessoas foram presas ontem no Irã após choques
entre manifestantes reformistas e
forças de segurança em três cidades da República islâmica.
A violência marcou a data do
aniversário da morte de um casal
de dissidentes, Dariush e Parvaneh Foruhar, assassinados a facadas em 1998 por agentes dos serviços de inteligência.
Em Teerã, cerca de 5.000 pessoas saíram às ruas gritando slogans como: "Soltem os presos políticos". Ao menos dez pessoas,
incluindo jornalistas, foram agredidos e detidos por integrantes de
uma milícia islâmica radical.
Em Mashhad (nordeste), 60 militantes pró-reformas foram presos durante uma passeata. Em
Shiraz (sul), o número de detidos
em manifestação na cidade chegou a 25.
Os choques de ontem aconteceram após duas semanas de manifestações estudantis por liberdade
de expressão e reformas políticas
no Irã, inflamadas pela condenação à morte de um importante
acadêmico, aliado do presidente
reformista Mohammad Khatami.
Khatami lidera o movimento
reformista iraniano, que trava
disputa política com os representantes do clero conservador
-encabeçado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei-, que
controla o Judiciário e as Forças
Armadas.
A marcha em homenagem ao
casal Forouhar na capital foi a primeira do gênero neste mês a não
ser organizada por estudantes.
Também foi a primeira a ser dispersada de forma violenta pelo
aparato de segurança estatal.
Khatami, que já ameaçou renunciar se os conservadores continuarem a bloquear a sua agenda
de reformas, vem tentando aprovar dois projetos de lei no Parlamento que ampliariam os seus
poderes e diminuiriam a interferência do Conselho dos Guardiães (órgão dominado pelo clero
linha-dura) sobre os assuntos legislativos do país.
Com agências internacionais
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