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ORIENTE MÉDIO
Exército lança ofensiva contra o Hamas nos territórios palestinos; funcionário da ONU morre em tiroteio em Jenin
Israel reocupa Belém em resposta a ataque
DA REDAÇÃO
Israel reocupou ontem a cidade
de Belém (Cisjordânia), como
parte de ofensiva contra extremistas palestinos que anteontem mataram ao menos 11 pessoas e feriram 49 em Jerusalém Ocidental.
Um funcionário britânico da
ONU, Iain John Hook, 54, morreu
durante troca de tiros entre tropas
israelenses que procuravam um
líder do Jihad Islâmico e palestinos no campo de refugiados de Jenin. Foi o primeiro integrante do
organismo internacional a morrer na Intifada (levante palestino
contra a ocupação, iniciado em
setembro de 2000).
Não estava claro quem foi o autor dos disparos que o acertaram
num escritório improvisado dentro de um trailer. "Várias balas
acertaram o trailer e o atingiram",
contou Sami Mshasha, porta-voz
da ONU na região.
Outro porta-voz da ONU em
Nova York disse que o secretário-geral Kofi Annan ficou irritado
com o fato de o Exército de Israel
ter retardado a chegada de uma
ambulância enviada para socorrer o funcionário da UNRWA
(agência que ajuda os refugiados
palestinos).
Fontes palestinas disseram ainda que um menino de 10 anos
morreu baleado na ação em Jenin.
O Exército de Israel não confirmou a informação.
A reocupação de Belém foi ordenada pelo premiê Ariel Sharon
após a identificação do homem-bomba de 23 anos que se explodiu
num ônibus de Jerusalém. Ele
partiu daquela região da Cisjordânia para realizar o atentado.
Igreja fechada
Os militares israelenses entraram na cidade antes do amanhecer. Fecharam a igreja da Natividade -local onde, segundo a tradição, Jesus nasceu- para evitar
que militantes se refugiassem em
seu interior, repetindo o ocorrido
durante uma invasão em abril.
Doron Spielman, porta-voz do
Exército, disse que a missão dos
soldados é "mudar a realidade em
Belém", que, segundo ele, teria sido tomada nos últimos meses pela "infra-estrutura do terror".
Como o país já havia reocupado
Hebron na semana passada, também em resposta a um atentado,
Israel voltou a controlar todos os
grandes centros populacionais
palestinos da Cisjordânia, com a
exceção de Jericó.
Ao menos 20 suspeitos de terrorismo foram presos em Belém e
outros 16 em outras localidades.
Embora Sharon tenha de mostrar
firmeza na repressão ao levante
palestino para obter ganhos políticos nas eleições de janeiro, ele
sofre pressões dos EUA para moderar a violência da resposta.
Washington deseja ver o conflito israelo-palestino controlado
para poder manter no topo da
agenda diplomática o desarmamento de Saddam Hussein e uma
eventual guerra contra o Iraque.
O alvo das novas operações israelenses são, sobretudo, membros do Hamas, grupo extremista
islâmico que reivindicou a autoria
do atentado de anteontem. A casa
do suicida, em Belém, foi demolida. Outras duas residências de integrantes do Hamas foram destruídas na faixa de Gaza.
Um soldado israelense morreu
após ser atingido ontem por atiradores palestinos perto do bloco de
colônias de Gush Katif, em Gaza.
Um policial da Autoridade Nacional Palestina também morreu,
aparentemente em razão de disparo de tanque perto da colônia
de Netzarim. Segundo a versão israelense, ele teria sido flagrado
tentando invadir o assentamento
judaico.
Ao menos 1.677 palestinos e 662
israelenses já morreram na Intifada, a revolta palestina iniciada em
setembro de 2000.
Pesquisa
Novas pesquisas de opinião publicadas ontem pelos jornais israelenses mostram que Ariel Sharon lidera com 16 a 18 pontos percentuais a disputa contra o chanceler e ex-premiê Binyamin Netanyahu pela liderança do partido
Likud (centro-direita).
As primárias do Likud, marcadas para a próxima quinta-feira,
devem definir quem será o primeiro-ministro do país após as
eleições de 28 de janeiro, já que as
pesquisas apontam uma grande
vitória do Likud no pleito parlamentar.
Com agências internacionais
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