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IRAQUE SOB TUTELA
Ex-ditador reitera que foi espancado e afirma que não é possível acreditar nos americanos quando eles negam
EUA "mentem" sobre tortura, diz Saddam
DA REDAÇÃO
O juiz Raid al Juhi, responsável
pela preparação do caso contra
Saddam Hussein, disse ontem
que não há evidências de que o
ex-ditador iraquiano tenha sido
espancado sob custódia americana, um dia depois de Saddam ter
feito essa acusação no tribunal.
O governo americano negou
enfaticamente as agressões. Ontem, Saddam reiterou as denúncias e disse que a resposta americana era uma nova "mentira".
Quando o tribunal deu ao ex-ditador a oportunidade de questionar testemunhas, Saddam, em lugar disso, usou seu tempo para
ampliar as acusações feitas anteontem acerca dos supostos
maus-tratos que recebeu. Ele disse que os ferimentos que sofreu
foram documentados por pelo
menos duas equipes americanas.
O julgamento foi suspenso até o
dia 24 de janeiro.
Na quarta-feira, Saddam havia
dito ao tribunal que ele fora espancado "em todas as partes" de
seu corpo e insistiu: "As marcas
ainda estão aqui". Ele não mostrou nenhuma marca nem detalhou os supostos espancamentos,
mas afirmou que vários ferimentos levaram meses para cicatrizar.
Saddam foi capturado em 2003.
Ontem, o ex-ditador disse que
não é possível acreditar nos americanos quando dizem que não o
espancaram, lembrando que não
foram encontradas armas de destruição em massa no Iraque a despeito das acusações dos EUA.
"A Casa Branca mentiu quando
disse que o Iraque tinha armas
químicas", disse o ex-ditador.
"Falei sobre os ferimentos que recebi a três comissões de médicos.
Nós não estamos mentindo, a Casa Branca está."
O juiz Al Juhi disse que nem os
réus nem os seus advogados jamais haviam reclamado sobre os
supostos maus-tratos até então.
"Os réus receberam cuidados de
saúde completos da parte das autoridades responsáveis pela detenção. Nenhum iraquiano comum recebe esse cuidado."
Saddam e outros sete réus estão
sendo julgados pela morte de
mais de 140 xiitas depois de uma
tentativa de atentado contra o então ditador na cidade de Dujail, ao
norte de Bagdá, em 1982.
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