São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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Reino Unido pode iniciar retirada de tropas em 6 meses, afirma Blair

DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Tony Blair, disse ontem, durante visita-surpresa ao Iraque, que a situação política e de segurança no país melhorou no último ano e sinalizou que o Reino Unido pode começar a diminuir sua presença militar em seis meses.
"Trata-se de uma situação completamente diferente da de um ano atrás", disse Blair na base de Shaibah, perto de Basra (sul).
Questionado sobre se seis meses seria um prazo viável para o início de uma retirada, Blair respondeu: "Se tudo sair como o planejado. É nossa estratégia, queremos reduzir nossas próprias forças".
O premiê disse, porém, que os soldados britânicos serão retirados apenas depois que as forças iraquianas tenham condições de garantir a segurança no país.
"Você não fixa um cronograma arbitrário. Você avalia quando o trabalho está feito", afirmou. O Reino Unido tem 8.000 soldados no Iraque, a segunda maior presença militar, atrás dos EUA.
Em encontro com Blair, o general George Casey, comandante militar dos EUA no Iraque, disse que as forças iraquianas terão assumido 75% da segurança em algumas áreas do país até meados de 2006.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que também visitou o Iraque ontem, sinalizou que o Exército americano deve começar em breve uma redução adicional no contingente no país para menos de 138 mil soldados, o nível-base, com o cancelamento do envio de duas brigadas.
Apesar de considerar "impressionantes" os avanços no processo político obtidos pelo Iraque, Rumsfeld avaliou que a democratização ainda vai demorar. "Os iraquianos que estão implicados nesse processo são relativamente novatos, então levará tempo."

Boicote
Um grupo de 35 organismos árabe-sunitas e de xiitas seculares ameaçou ontem boicotar o novo Parlamento caso suas denúncias de fraudes nas eleições legislativas de 15 de dezembro não sejam analisadas por um organismo internacional.
"Rejeitamos totalmente os resultados falsificados das eleições e pedimos que sejam anulados", afirmou o grupo em nota.
Episódios de violência ao redor do país deixaram ao menos 15 mortos ontem, entre eles nove policiais iraquianos. A explosão de uma bomba provocou a morte de um soldado americano, afirmou o Exército dos EUA.


Com agências internacionais

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