São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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AMÉRICA LATINA

Entidade anuncia o perdão do débito de US$ 231 milhões; Morales já sofre pressão de setores da esquerda

Morales terá Bolívia sem dívida com FMI

DA REDAÇÃO

O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, teve anteontem uma boa notícia: o Fundo Monetário Internacional (FMI) perdoou a dívida da Bolívia, calculada em US$ 231 milhões (cerca de R$ 550 milhões). O país foi um dos 19 beneficiados por um programa de perdão total que soma US$ 3,3 bilhões em anistia.
"[O programa] permitirá que esses países aumentem seus gastos em áreas prioritárias para reduzir a pobreza, promover o crescimento e progredir nas Metas do Milênio", disse o diretor-gerente do fundo, Rodrigo Rato, citando as metas de desenvolvimentos fixadas pela ONU. O perdão deve entrar em vigor no início de 2006.
Morales encontrou-se ontem com o atual presidente, Eduardo Rodríguez, para dar início à transição. Em uma reunião de 90 minutos, os dois discutiram questões econômicas e sociais, além de detalhes da posse, marcada para 22 de janeiro.
Após o encontro, Morales elogiou Rodríguez, a quem chamou de "muito responsável" por lhe passar "informações em primeira mão".
Com 96% da apuração concluída, Morales recebeu 54% dos votos do último domingo, o que lhe garante a vitória no primeiro turno. Ontem, ele recebeu uma mensagem de parabéns e congratulações do ditador cubano, Fidel Castro, e do Congresso de Cuba. "Recebemos o resultado desta eleição heróica com profunda alegria", diz o texto.
Mas, antes mesmo de assumir, o presidente eleito, que pertence ao Movimento ao Socialismo (MAS), começou a receber as primeira pressões por parte de setores da esquerda.
O Movimento Sem Terra exigiu a criação de um Ministério da Terra, cooperativas de mineração pediram o controle do Ministério da Mineração, e setores indígenas -o presidente eleito é aimara- querem ficar com o Ministério de Assuntos Camponeses e Agropecuários. Já a Federação de Associações de Moradores de El Alto -foco constante de protestos populares e origem dos protestos que deixaram 60 mortos e culminaram na queda do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, em 2003- emitiu um comunicado dizendo que "o povo não deixará de lado suas exigências".
Aos pedidos, Morales respondeu que "o governo do MAS não será para distribuir cargos". "Será para mudar o país", afirmou.


Com agências internacionais

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