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AMÉRICA LATINA
Entidade anuncia o perdão do débito de US$ 231 milhões; Morales já sofre pressão de setores da esquerda
Morales terá Bolívia sem dívida com FMI
DA REDAÇÃO
O presidente eleito da Bolívia,
Evo Morales, teve anteontem uma
boa notícia: o Fundo Monetário
Internacional (FMI) perdoou a
dívida da Bolívia, calculada em
US$ 231 milhões (cerca de R$ 550
milhões). O país foi um dos 19 beneficiados por um programa de
perdão total que soma US$ 3,3 bilhões em anistia.
"[O programa] permitirá que
esses países aumentem seus gastos em áreas prioritárias para reduzir a pobreza, promover o crescimento e progredir nas Metas do
Milênio", disse o diretor-gerente
do fundo, Rodrigo Rato, citando
as metas de desenvolvimentos fixadas pela ONU. O perdão deve
entrar em vigor no início de 2006.
Morales encontrou-se ontem
com o atual presidente, Eduardo
Rodríguez, para dar início à transição. Em uma reunião de 90 minutos, os dois discutiram questões econômicas e sociais, além de
detalhes da posse, marcada para
22 de janeiro.
Após o encontro, Morales elogiou Rodríguez, a quem chamou
de "muito responsável" por lhe
passar "informações em primeira
mão".
Com 96% da apuração concluída, Morales recebeu 54% dos votos do último domingo, o que lhe
garante a vitória no primeiro turno. Ontem, ele recebeu uma mensagem de parabéns e congratulações do ditador cubano, Fidel
Castro, e do Congresso de Cuba.
"Recebemos o resultado desta
eleição heróica com profunda alegria", diz o texto.
Mas, antes mesmo de assumir, o
presidente eleito, que pertence ao
Movimento ao Socialismo
(MAS), começou a receber as primeira pressões por parte de setores da esquerda.
O Movimento Sem Terra exigiu
a criação de um Ministério da
Terra, cooperativas de mineração
pediram o controle do Ministério
da Mineração, e setores indígenas
-o presidente eleito é aimara-
querem ficar com o Ministério de
Assuntos Camponeses e Agropecuários. Já a Federação de Associações de Moradores de El Alto
-foco constante de protestos populares e origem dos protestos
que deixaram 60 mortos e culminaram na queda do ex-presidente
Gonzalo Sánchez de Lozada, em
2003- emitiu um comunicado
dizendo que "o povo não deixará
de lado suas exigências".
Aos pedidos, Morales respondeu que "o governo do MAS não
será para distribuir cargos". "Será
para mudar o país", afirmou.
Com agências internacionais
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