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TERROR BASCO
Manifestantes protestam em Madri contra a retomada dos atentados pelo grupo separatista
Marcha contra ETA reúne 1,1 milhão
das agências internacionais
Cerca de 1,1 milhão de espanhóis marcharam ontem em Madri em protesto contra a retomada dos ataques terroristas pelo
grupo separatista basco ETA.
Liderada pelo primeiro-ministro José María Aznar, a marcha
percorreu as ruas centrais de Madri dois dias depois que dois carros-bombas explodiram na capital espanhola, matando um oficial
do Exército e deixando uma menina de 14 anos ferida.
Ao lado de Aznar estavam inclusive inimigos políticos, como o
ex-primeiro-ministro socialista
Felipe González (1982-1996).
O papa João Paulo 2º também
condenou o atentado em declaração dada diante de milhares de
fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano.
A manifestação de ontem é o
ápice de uma série de protestos
que ocorreram desde sexta-feira
por toda a Espanha, inclusive em
cidades do País Basco.
O ataque -o primeiro cometido pelo ETA desde que decretou,
no mês passado, o fim de um cessar-fogo que já durava 14 meses- aconteceu no momento em
que se desenrola a campanha para as eleições gerais da Espanha,
marcadas para 12 de março.
Aznar manteve a promessa de
não retroceder na luta contra o
terrorismo.
Analistas políticos avaliam que,
se a intenção do ETA era minar as
chances eleitorais do atual premiê
por meio da retomada dos atentados, é mais provável, porém, que
os ataques surtam efeito contrário
e acabem por unir os espanhóis
em torno do governo de centro-direita de Aznar, do Partido Popular.
Pesquisa feita logo após o atentado mostrou que metade dos espanhóis é favorável à reabertura
das negociações de paz, que o
ETA rompeu em agosto passado.
A manifestação de ontem foi a
maior ocorrida desde 1998, quando 6 milhões de pessoas em toda a
Espanha protestaram contra o assassinato pelo ETA de um vereador da região basca.
O atentado da última sexta acabou com a esperança de que o
ETA pudesse reconsiderar sua
ameaça de retomar sua campanha terrorista, que causou quase
800 mortes em três décadas.
Num sinal do crescente isolamento do ETA, o governo basco
suspendeu sua aliança com o braço político do grupo, a coalizão
Euskal Herritarrok (EH). O presidente basco, Juan Jose Ibarretxe,
um nacionalista moderado, disse
que o EH deve condenar os atentados de ontem antes de retornar
ao governo do País Basco.
O ETA e o EH lutam pela criação de um Estado independente
basco no norte da Espanha e no
sudoeste da França.
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