São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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IRÃ

Liberais criticam tática conservadora

Linha dura iraniana admite retificar erros

DA REDAÇÃO

O chefe do Conselho de Guardiães do Irã, o aiatolá conservador Ahmad Jannati, disse ontem que o órgão tem a intenção de retificar qualquer "erro" cometido quando vetou a candidatura de mais de 3.000 reformistas a cadeiras no Majlis (Parlamento), há quase duas semanas. E Mohammad Jahromi, outro membro do órgão, anunciou que já chega a 350 o número de vetos revogados, segundo a rádio oficial.
O veto às candidaturas gerou um protesto dos liberais, que ocupam uma sala do Parlamento há quase duas semanas e prometem não pôr fim ao protesto até o fim do impasse. Além disso, membros do gabinete do presidente do Irã, o reformista moderado Mohammad Khatami, ameaçam renunciar se a decisão final do Conselho de Guardiães não for favorável aos candidatos liberais.
Jannati defendeu, porém, a decisão do órgão de excluir quase 50% dos candidatos da campanha para a eleição legislativa de 20 de fevereiro próximo. Ele também afirmou que outros casos serão analisados até o final deste mês. Na semana passada, Khatami pediu ao Conselho de Guardiães que reavaliasse sua decisão e exortou os reformistas a respeitar a decisão final do órgão.
A decisão dos conservadores de, por enquanto, mudar sua decisão em apenas 350 casos não agradou aos liberais. Saeed Shariati, que lidera o maior partido reformista iraniano, afirmou que a "aprovação da candidatura de 350 pessoas pouco conhecidas é insignificante". "Essa tática não engana ninguém. Enquanto os líderes do movimento, além de centenas de outros candidatos, não tiverem sua situação regularizada, não haverá possibilidade de ocorrência de uma eleição livre."


Com agências internacionais


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