São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Acusação de estupro contra o presidente de Israel é formalizada

Moshe Katsav terá última chance de defesa antes de abertura de processo

ERIC SILVER
DO "INDEPENDENT", EM JERUSALÉM

Moshe Katsav, presidente de Israel, será denunciado pelo suposto estupro e outros delitos sexuais contra quatro mulheres que trabalharam para ele em seu atual cargo ou em sua função anterior como ministro do Turismo, anunciou ontem o procurador-geral do país, Menachem Mazuz. Ele também enfrenta acusações de fraude, violação de confiança e obstrução da Justiça.
O procurador anunciou ter concluído que os indícios preliminares eram suficientes para justificar uma denúncia. Mazuz decidiu ignorar as queixas apresentadas por seis outras mulheres. Se condenado por estupro, Katsav, 61, pai de cinco filhos, pode ser sentenciado a até 16 anos de prisão. Ele protestou inocência desde que a polícia iniciou as investigações, em julho do ano passado. Seu advogado, David Liba'i, deu a entender que o presidente se afastaria do cargo no período do julgamento.
A acusação de estupro foi feita por uma mulher que trabalhava para Katsav quando ele foi ministro do Turismo, em 1998/9. Ele também é acusado de uma série de delitos contra a queixosa original, funcionária do gabinete presidencial: usar sua posição de superioridade para obter sexo, agressão e assédio sexual. Há alegações de que Katsav teria agredido e assediado duas outras integrantes de seu gabinete.
O presidente, nascido no Irã, tem direito a uma audiência diante das autoridades judiciais antes que a denúncia seja aceita, mas Ran Cohen, parlamentar pelo partido Meretz, de esquerda, disse na noite de ontem que "ele deveria renunciar imediatamente, agora que humilhou a instituição da Presidência e o público do país". O presidente israelense é eleito pelo Parlamento e tem função cerimonial. O mandato de sete anos e a imunidade que ele propicia a Katsav acabam em julho. O escândalo envolvendo o presidente coincidiu com uma crise política no país -a popularidade do premiê Ehud Olmert está em queda desde a guerra com o grupo libanês Hizbollah, em julho.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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