São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 1999

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TERRORISMO DO SÉCULO 21
Veículo contém equipamentos para descontaminar o presidente
Van preta protege Clinton de ataque químico ou biológico

Reuters - 22.jan.99
O presidente Bill Clinton durante discurso na Academia Nacional de Ciências dos EUA, na sexta


SUE PLEMING
da "Reuters", em Washington

Na última sexta, enquanto o presidente Bill Clinton discursava sobre o perigo de uma guerra química e biológica, uma van preta estacionada diante do edifício estava preparada para ajudá-lo a sobreviver na eventualidade de um ataque desse tipo.
Equipada como ambulância "high-tech", a van do Serviço Secreto integra a comitiva presidencial e seria o primeiro lugar para onde o presidente provavelmente seria levado se fosse contaminado por substâncias biológicas ou químicas.
O veículo é conhecido pela sigla Hammer (iniciais em inglês de Resposta de Mitigação Médica de Agentes Perigosos) e é aparelhado com um conjunto completo de equipamentos médicos para tratar as vítimas de um ataque dessa espécie.
Segundo um membro do Serviço Secreto que pediu para não ser identificado e que relutou em fornecer detalhes precisos sobre os equipamentos, "na eventualidade de um problema, nossa equipe seria convocada e prestaria a assistência necessária. O presidente seria descontaminado no próprio veículo, a caminho do hospital".
"Nessa van temos equipamentos médicos completos para assistência de emergência", disse o agente, acrescentando que um sensor fixado à frente do veículo detecta a presença de agentes externos prejudiciais à saúde.
Os agentes do Serviço Secreto que ocupam a van usam roupas à prova d'água e resistentes à contaminação e contam com equipamentos respiratórios especiais para sua proteção. Qualquer substância nociva que fosse retirada da roupa da pessoa afetada seria recolhida num tanque receptor situado sob o veículo.
A poucos metros da van, no interior do edifício da Academia Nacional de Ciências, Clinton descreveu um cenário de pesadelo do tipo do qual normalmente só se ouve falar em filmes de ficção científica. Falou da possibilidade de um pequeno grupo de terroristas lançar armas químicas ou biológicas contra um público totalmente despreparado, como o caso do gás sarin colocado no metrô de Tóquio em março de 1995 por membros de uma seita religiosa.
Clinton afirmou que vai pedir ao Congresso US$ 2,8 bilhões para defender o país contra a ameaça de terrorismo com armas químicas e biológicas e ataques a redes de computadores.
Especialistas sugerem colocar equipamentos de detecção química e biológica em locais públicos. Há sensores do tamanho de cartões de visita, kits de testes que lembram kits caseiros de gravidez e laboratórios de campo que cabem numa mala pequena.


Tradução de Clara Allain



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