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São Paulo, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

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IRAQUE NA MIRA

Secretário diz que iraquianos são "culpados" e pede que ONU seja rápida em determinar novos passos na crise

Chegou o "momento de agir", diz Powell

John Moore/Associated Press
No Kuait, soldados americanos treinam exercício de invasão perto da capital do país


DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse ontem que chegou "o momento de agir" para desarmar o Iraque. Ele pediu que o Conselho de Segurança da ONU (CS) se posicione sobre os próximos passos da crise pouco depois de um relatório dos chefes de inspetores da organização, previsto para 7 de março.
"Este é o momento de agir. As evidências são claras. Eles [Iraque" são culpados... Estamos atingindo o ponto no qual graves consequências devem ocorrer", disse Powell em Tóquio após encontro com o premiê Junichiro Koizumi.
Powell evocou o termo usado em resolução de novembro do CS que determina que o Iraque deve cooperar totalmente com os inspetores ou enfrentar "graves consequências", o que, para os EUA, significa uma ação militar.
As declarações de Powell podem servir de indicação do cronograma de Washington para a crise iraquiana. "Não teremos um período longo entre a apresentação da resolução [no CS" e sua votação", disse ele. "O Iraque ainda não está obedecendo e o Conselho de Segurança deve mostrar sua relevância ao insistir que o Iraque se desarme ou que seja desarmado por uma coalizão."
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, disse na quinta que as tropas dos EUA e do Reino Unido já estão prontas para atacar o Iraque. Os militares querem começar a guerra até abril devido às altas temperaturas no país a partir de maio, o que pode prejudicar as tropas que teriam de usar equipamento para se proteger da ameaça de armas químicas.
Powell disse que obteve apoio de Tóquio para a posição dos EUA na crise iraquiana. Ele seguiu ontem mesmo à China, onde enfrentará mais resistência.
Os EUA, apoiados pelo Reino Unido, enfrentam a oposição dos outros três membros permanentes e com direito a veto do CS -França, Rússia e China- em sua busca por uma nova resolução autorizando o uso da força para desarmar o Iraque. Os três argumentam que os inspetores devem ter mais tempo para agir. A maior oposição vem da França.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, disse ontem que Paris segue contrária a uma nova resolução, que os EUA e o Reino Unido, apoiados também pela Espanha, pretendem introduzir para debate no CS nesta semana. Especula-se que a resolução possa conter um ultimato para o ditador Saddam Hussein mostrar cooperação total ou enfrentar um ataque. Segundo Villepin, Paris está preparando um "memorando" a ser enviado à ONU estabelecendo tarefas específicas que podem servir de teste para a determinação de Saddam de colaborar com os inspetores para destruir suas armas proibidas.
A Síria, membro provisório do CS, disse ontem que recusou um apelo de Powell para que o país apoiasse uma nova resolução.
Já o governo britânico, que enfrenta forte oposição interna por causa de seu apoio aos EUA na questão iraquiana, previu "semanas de negociação" na ONU para aprovar uma nova resolução.


Com agências internacionais

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