|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Enchente deixa 25 mil desabrigados na Bolívia
Inundações já mataram 35 em dois meses; Morales atribui problema climático a políticas industrialistas
DA REDAÇÃO
O presidente Evo Morales
culpou ontem, de modo geral,
os países industrializados pelas
enchentes que há dois meses
castigam a Bolívia.
"Há países que implementam políticas de industrialização de modo desmedido, descontrolado, e isso afeta o planeta Terra; e essa poluição do planeta destrói o ambiente; e nós,
os países pobres, sofremos",
disse o presidente da Bolívia.
Morales refere-se ao El Niño,
fenômeno climático causado
pelo aquecimento anormal da
superfície do oceano Pacífico,
próximo à costa do Peru, e que
provoca chuvas intensas.
Chuvas essas que têm causado inundações e deslizamentos
em oito dos nove departamentos da Bolívia. O saldo nesses
dois meses de tempestades,
além do prejuízo à lavoura do
país, é de 35 mortos e dez desaparecidos. Mais de 35 mil pessoas foram afetadas de algum
modo pelas águas; mais de 25
mil estão desabrigadas.
Ainda segundo Morales, a desordem climática que afeta a
Bolívia é responsabilidade dos
países ricos porque eles se negam a respeitar o Protocolo de
Kyoto -pacto internacional
que prevê redução da emissão
de gases poluentes. EUA e Austrália não ratificaram o tratado.
Ajuda
Ontem a ONU fez um apelo
para que a comunidade internacional ajude a Bolívia. A entidade pediu contribuições para
arrecadar US$ 9,2 milhões nos
próximos seis meses para auxílio humanitário aos bolivianos.
"A Bolívia enfrenta um dos
maiores desastres de sua história. A comunidade internacional tem de mostrar sua solidariedade", disse Alfredo Marty,
coordenador no país do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento.
Além do próprio PNUD, que
já deu US$ 50 mil para gastos
com assistência imediata, outras agências da ONU estão trabalhando no país para remediar a crise. Segundo a FAO,
agência para a Agricultura e a
Alimentação das Nações Unidas, 71 mil hectares de terra
cultivada foram destruídos
parcial ou completamente.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Governo se abre a contato direto com Farc Próximo Texto: Índia terá berços públicos para pais deixarem recém- nascidas e não matá-las Índice
|