São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Chefe da segurança defende "resistência"

Hamas coordenará ataques contra Israel, diz novo ministro palestino

DA REDAÇÃO

O novo governo palestino, controlado pelo grupo terrorista Hamas, não apenas evitará punir como ajudará aqueles que cometerem ataques contra Israel. De acordo com Saeed Seyam, que como ministro do Interior nomeado pelo Hamas ficará a cargo dos serviços de segurança palestinos, os acordos de cooperação com Israel nessa área não serão cumpridos.
Em entrevista à agência Reuters, Seyam defendeu a legitimidade dos ataques da "resistência" contra a ocupação israelense e disse que o Hamas ajudará a coordená-los. "As conversas com as facções no futuro enfocarão os mecanismos, a forma e o momento [dos ataques]", ele disse. "Mas o direito de defender nosso povo e confrontar a agressão é legítimo."
Prisões políticas serão abolidas, acrescentou: "Não chegará o dia em que um palestino será preso por sua afiliação política ou por resistir à ocupação."
Como integrante do gabinete formado pelo Hamas, que será apresentado na próxima semana, Saeed Seyam chefiará três agências de segurança, nas quais estarão subordinados a ele cerca de 20 mil homens, a maioria membros do Fatah, o partido do presidente Mahmoud Abbas.
Incapaz de fechar alianças com outros partidos, o Hamas foi obrigado a formar um gabinete só com membros próprios, o que deve manter tensas as relações com Israel, EUA e União Européia.
A cinco dias da eleição que indicará seu próximo premiê, Israel anunciou ontem que as forças de segurança entrarão em alerta máximo no domingo, sob a expectativa de que grupos terroristas aproveitem a ocasião para atacar. Horas antes, o Exército matou dois palestinos do Jihad Islâmico que tentavam plantar uma bomba na divisa com a Faixa de Gaza.
Líder das pesquisas de opinião, o premiê interino, Ehud Olmert, já fala como vencedor. Estimulado por sondagens que dão a seu partido, o Kadima, entre 34 e 37 assentos, dos 120 da Knesset (Parlamento), Olmert já anuncia algumas das condições para quem deseja formar alianças com ele, já que não lhe será possível governar com suas próprias forças.
"Meu objetivo principal é estabelecer fronteiras permanentes para Israel em meus quatro anos de gestão", declarou.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Médico insurgente matava policiais em Kirkuk
Próximo Texto: Espanha: Cessar-fogo do ETA aproxima a oposição e o governo espanhóis
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.