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KOSOVO
Milosevic se recusa a aceitar plano de paz assinado por população de origem albanesa e negociações fracassam
Otan ordena ataque à Iugoslávia
das agências internacionais
O secretário-geral da Otan, o espanhol Javier
Solana, ordenou ontem o início
dos ataques aéreos contra a Iugoslávia, afirmando que todos os esforços para uma solução política
haviam fracassado, devido à "intransigência do governo".
Solana disse que os ataques tinham o objetivo de debilitar o
Exército e "evitar mais sofrimento
humano e mais violência contra a
população civil de Kosovo".
Apesar da autorização para o
ataque, a ação militar não foi iniciada ontem devido às condições metereológicas na Iugoslávia,
que desfavoreciam a operação, segundo o Pentágono.
Os ataques deveriam ser iniciados em breve porque era esperada
uma melhoria no tempo.
O fracasso da missão de paz do
enviado especial dos EUA à Iugoslávia, Richard Holbrooke, abriu
caminho para um ataque da Otan
(aliança militar ocidental, liderada
pelos EUA) contra a Iugoslávia.
Ele tentou convencer Milosevic a
aceitar o plano de autonomia para
Kosovo firmado pelos iugoslavos
de etnia albanesa.
Assistentes humanitários estavam deixando a Província de Kosovo e indo para a Macedônia. As
embaixadas ocidentais retiravam
os últimos funcionários do país.
O presidente Bill Clinton afirmou que "a Otan está unida e preparada para cumprir suas advertências" contra os sérvios, "pelo
bem das gerações futuras".
Ele disse que a Otan quer prevenir uma crise de refugiados e impedir uma "limpeza étnica" contra os
iugoslavos de etnia albanesa.
Desde o último sábado, mais de
40 mil kosovares de origem albanesa foram expulsos de casa. "A situação é a mais desanimadora desde que iniciamos os esforços quatro anos atrás", disse Holbrooke.
A Otan tem à disposição seis embarcações norte-americanas no
Mediterrâneo e no Adriático para
lançar mísseis Tomahawk contra a
Iugoslávia. Na região, encontra-se
também um submarino britânico.
A ação militar pode incluir bombas guiadas a laser, que seriam lançadas à noite por caças F-117 que
estão em base no norte da Itália.
Eles fazem parte dos mais de 200
caças dos EUA que integram uma
força de cerca de 400 aviões deguerra da Otan. Há ainda bombardeiros B-52 em uma base britânica
prontos para o ataque.
"Devemos agir para salvar milhares de homens, mulheres
ecrianças inocentes de uma catástrofe humanitária, da morte, da
barbárie e da limpeza étnica de
uma ditadura brutal", disse o premiê britânico, Tony Blair.
O Reino Unido e a França disseram estar prontos para agir.
Representantes dos iugoslavos
de etnia albanesa de Kosovo, que
formam 90% da população, firmaram, na semana passada, um plano
de autonomia para a região. A delegação sérvia disse que não firmaria um plano de paz "imposto por
forças ocidentais".
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