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EUA preparam superarma convencional
Intenção do projeto é reduzir a atual dependência de arsenal nuclear, mas manter poder de dissuasão
DO "NEW YORK TIMES"
Nos próximos anos, o presidente Barack Obama vai decidir se colocará ou não em operação uma nova classe de armas
capaz de atingir qualquer lugar
do planeta, lançada do solo dos
EUA, em menos de uma hora, e
com precisão e força suficientes para reduzir significativamente a dependência americana do arsenal nuclear.
As preocupações quanto à
nova tecnologia já são tão fortes que o governo Obama cedeu
a uma exigência russa de desativar um míssil nuclear para cada uma dessas armas convencionais que o Pentágono venha
a mobilizar. A cláusula, afirma a
Casa Branca, é parte do novo
tratado de redução de armas
nucleares Start, assinado por
Obama e pelo presidente russo,
Dmitri Medvedev.
Conhecida como Prompt
Global Strike, a nova arma foi
projetada para executar tarefas
como liquidar Osama bin Laden em uma caverna; destruir
um míssil norte-coreano enquanto este está sendo conduzido à plataforma de lançamento; ou destruir um complexo
nuclear iraniano. Em tese, a arma utilizará uma ogiva convencional de peso muito elevado e
viajará a grande velocidade para atingir um alvo com absoluta
precisão, o que geraria o mesmo poder destrutivo de uma
ogiva nuclear.
Obama aludiu ao conceito
em entrevista recente ao "New
York Times", dizendo que era
parte de um esforço para
"avançar na direção de uma
menor ênfase em armas nucleares", mas garantir "que
nossa capacidade de armas
convencionais sirva como dissuasão efetiva".
Sob o plano de Obama, a ogiva Prompt Global Strike seria
montada em um míssil de longo alcance para iniciar sua jornada na direção de um alvo; ela
percorreria a atmosfera em velocidade diversas vezes superior à do som, gerando tamanho calor que seria preciso protegê-la com materiais especiais
a fim de evitar derretimento.
A nova arma poderia evitar o
espaço aéreo de países neutros
ou contornar territórios hostis.
O Pentágono espera adotar
uma primeira versão da arma
em 2014 ou 2015. Mas mesmo
segundo os cronogramas mais
otimistas, a gama completa de
mísseis, ogivas, sensores e sistemas de controle não deve estar disponível nos arsenais antes de 2017.
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