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EUA espalham o medo, afirma Anistia
País restringe direitos humanos e comanda "globalização de abusos", constata relatório da entidade
DA REDAÇÃO
O mundo tem assistido a uma
verdadeira "globalização dos
abusos dos direitos humanos"
comandada sobretudo pelos
Estados Unidos, afirmou a
Anistia Internacional em seu
relatório anual sobre a situação
mundial dos direitos humanos,
divulgado ontem.
O informe de 2007 da organização afirma que "governos poderosos e grupos armados estão fomentando deliberadamente o medo para erodir" os
direitos humanos, referindo-se
à "guerra ao terror", impulsionada pelos EUA desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
De acordo com o documento,
as políticas utilizadas por Washington e outros por governos
para "espalhar o medo" estão
"dividindo o mundo e o polarizando", tornando-o "cada vez
mais perigoso". O relatório elaborado pela Anistia no ano passado continha críticas similares em relação ao desrespeito
dos direitos humanos pelos
EUA.
Credibilidade
A organização também afirma que o país perdeu sua credibilidade ao manter "um discurso incoerente sobre direitos
humanos enquanto trava sua
guerra ao terror". A perda de
credibilidade dos EUA teria levado um número crescente de
países da América do Sul a se
"desassociar da política, economia e diretrizes de segurança
promovidas pelos EUA".
Saco de pancadas
Em Washington, o Departamento de Estado norte-americano rebateu as críticas afirmando que o tempo da Anistia
teria sido melhor gasto ajudando o governo iraquiano a lidar
com os abusos cometidos no
passado.
"Está claro que a Anistia Internacional achou que seríamos um saco de pancadas ideologicamente conveniente", disse um porta-voz dos EUA.
O documento também chama a atenção para a influência
da China no continente africano, afirmando que o país e as
organizações chinesas mostram "pouca preocupação" pelos direitos humanos na África
e destacando o papel chinês na
proteção do Sudão contra a
pressão da comunidade internacional em relação ao massacre na Província de Darfur.
A organização também criticou a falta de vontade da comunidade internacional para
atuar em "conflitos esquecidos", como os da Colômbia,
Tchetchênia e Sri Lanka.
Irene Khan, secretária-geral
da Anistia, enfatizou ainda o
aumento da tortura, do terrorismo e da violência contra as
mulheres em 2006 no mundo,
além de destacar a adoção de
medidas que ameaçam a liberdade de expressão por parte da
China, do Egito, do Irã e outros.
A Rússia foi citada em relação
ao assassinato de uma jornalista no ano passado.
Com agências internacionais
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