São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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País representa relíquia dos reinos absolutistas

ENVIADO À SUAZILÂNDIA

A Suazilândia é descrita como a última monarquia absolutista do planeta. Todo poder emana do rei Mswati 3º, 42, desde 1986 no trono.
Partidos políticos são proibidos. Em eleições, candidatos podem concorrer só como independentes ao Parlamento e correm o risco perene de o mandato ser cassado pelo monarca com uma canetada.
Entidades que buscam autonomia são perseguidas com dureza. A última demonstração de força veio no Dia do Trabalho, quando um ativista de um partido banido foi preso por usar uma camiseta da agremiação.
Dias depois, apareceu morto na cela. Suicídio, segundo a policia.
O rei é o primeiro a promover a cultura poligâmica: tem 14 mulheres e 23 filhos.
A cada ano, uma tradição suazi se repete em frente a seu palácio. Jovens de seios nus dançam para a família real no ritual de "umhlanga", na esperança de serem escolhidas por ele para se tornarem sua próxima mulher.
O costume local não prevê um príncipe herdeiro, como o britânico. Quando um rei morre, seu conselho, formado por chefes tribais, reúne-se primeiro para decidir qual esposa será a "rainha-mãe".
Há duas condições: a mulher precisa ter bom caráter e só um filho homem. O rei não pode ter irmãos nem irmãs.
Na prática, ele, assim, pode ter algum controle sobre seu sucessor, caso queira ter apenas um filho com determinada mulher.
A crítica ao soberano é punida severamente na Suazilândia, embora a minoria urbana e ocidentalizada reclame, discretamente e em voz baixa, do sistema.
(FZ)


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