|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fracassa estado de exceção contra guerrilha paraguaia
Medida extraordinária expira sem a prisão de nenhum dos líderes do EPP
Presidente Lugo diz que não pedirá renovação de decreto, mas buscará outro meio de manter
o Exército nas ruas
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
O estado de exceção decretado há 30 dias no Paraguai
termina hoje sem que tenha
sido cumprido o objetivo do
governo de prender os principais líderes do grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo
Paraguaio).
Os sequestros e assassinatos atribuídos ao EPP fizeram
o presidente Fernando Lugo
decretar a medida em cinco
departamentos do norte do
país, para onde foram deslocados cerca de 3.000 militares e policiais.
Além de autorizar a presença militar nas ruas, o estado de exceção permitiu prisões sem mandado judicial.
O único integrante do EPP
capturado no período, porém, foi Julián de Jesús Ortiz,
que tinha função logística,
segundo a polícia.
Membros da oposição chamaram de "fracasso" o estado de exceção e disseram que
Lugo é incapaz de coordenar
as Forças Armadas.
O governo contestou dizendo que, apesar de não ter
acabado com o EPP, obteve
bons resultados no âmbito
da segurança pública.
O estado de exceção resultou em diminuição dos índices de criminalidade, prisão
de cem foragidos da Justiça e
apreensão de quatro toneladas de maconha, segundo o
Ministério do Interior.
Ontem, Lugo esteve nos
departamentos de Concepción e Amambay para avaliar
o efeito da medida.
Segundo o prefeito de Pedro Juan Caballero, capital
de Amambay, Lugo disse que
não pretende pedir ao Congresso que estenda o estado
de exceção. Prometeu, no entanto, buscar outro instrumento legal para manter os
militares nas ruas de Amambay e Concepción.
Formado por jovens pobres e de origem camponesa,
o EPP tem como bandeira a
reforma agrária e vive camuflado entre sem-terra.
Desde 2001, o grupo reivindicou ao menos quatro sequestros, atentou contra a sede do Poder Judiciário em Assunção e travou combates armados contra a polícia.
As autoridades paraguaias
afirmam que o EPP recebeu
treinamento das Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia) e de organizações
cubanas e venezuelanas.
Texto Anterior: Duquesa britânica é flagrada vendendo "acesso" a príncipe Próximo Texto: Análise: Fracasso de medida fragiliza a situação política de Lugo Índice
|