São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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ANÁLISE

Fracasso de medida fragiliza a situação política de Lugo

RODRIGO RÖTZSCH
EDITOR DE MUNDO

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, fez história há dois anos quando conseguiu romper o domínio de 61 anos do Partido Colorado.
A mudança, porém, não foi acompanhada pela formação de uma bancada consistente de congressistas -o Partido Colorado seguiu dominando Senado e Câmara.
A situação só piorou quando o vice de Lugo, Federico Franco, rompeu com o presidente, levando junto o seu Partido Liberal.
O estado de exceção foi uma maneira de o presidente responder a uma das maiores críticas que a oposição lhe faz -a de que ele seria leniente no combate ao EPP por ter laços com integrantes do grupo na época em que era bispo no departamento de San Pedro, 1 dos 5 atingidos pela medida de Lugo.
Ao aprovar o decreto governamental que criava o estado de exceção, um grupo de senadores opositores alertou o presidente: esgotado o prazo de 30 dias da medida, ficariam esgotadas também as desculpas de Lugo em relação à violência.
Se no período não houvesse avanço no combate ao EPP, ameaçaram, Lugo deveria ser submetido a um processo de impeachment por má administração do Estado.
Não houve. Se os senadores levarão adiante sua ameaça, não se sabe. Mas é certo que Lugo sai do estado de exceção ainda mais fraco do que entrou nele.


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