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ANÁLISE
Fracasso de medida fragiliza a situação política de Lugo
RODRIGO RÖTZSCH
EDITOR DE MUNDO
O presidente do Paraguai,
Fernando Lugo, fez história
há dois anos quando conseguiu romper o domínio de 61
anos do Partido Colorado.
A mudança, porém, não
foi acompanhada pela formação de uma bancada consistente de congressistas -o
Partido Colorado seguiu dominando Senado e Câmara.
A situação só piorou quando o vice de Lugo, Federico
Franco, rompeu com o presidente, levando junto o seu
Partido Liberal.
O estado de exceção foi
uma maneira de o presidente
responder a uma das maiores
críticas que a oposição lhe
faz -a de que ele seria leniente no combate ao EPP
por ter laços com integrantes
do grupo na época em que
era bispo no departamento
de San Pedro, 1 dos 5 atingidos pela medida de Lugo.
Ao aprovar o decreto governamental que criava o estado de exceção, um grupo
de senadores opositores alertou o presidente: esgotado o
prazo de 30 dias da medida,
ficariam esgotadas também
as desculpas de Lugo em relação à violência.
Se no período não houvesse avanço no combate ao
EPP, ameaçaram, Lugo deveria ser submetido a um processo de impeachment por
má administração do Estado.
Não houve. Se os senadores levarão adiante sua
ameaça, não se sabe. Mas é
certo que Lugo sai do estado
de exceção ainda mais fraco
do que entrou nele.
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