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SAÚDE
Grupos dos EUA fundam sociedade para educar americanos sobre a necessidade de uma alimentação balanceada
Dieta sem carboidrato eleva risco de doenças
DA REDAÇÃO
As dietas que restringem carboidratos -que viraram febre
nos EUA, onde mais de 60% dos
adultos são obesos ou têm excesso de peso, segundo o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças
do governo americano- estão levando a população a ter problemas de saúde e criando uma indústria que explora alimentos relativos a essas dietas. A afirmação
é de especialistas em saúde e associações de defesa do consumidor.
Com essa preocupação e com o
objetivo de promover programas,
políticas e pesquisa para divulgar
os fundamentos de uma dieta balanceada e ajudar a educar os
americanos sobre a necessidade
de carboidratos saudáveis -como vegetais, frutas e grãos-, o
grupo acabou de fundar a Partnership for Essential Nutrition.
"Quando a ciência não comprovada se torna publicidade, algumas pessoas ficam ricas e o resto é
roubado", declarou Jeffrey Prince, membro do Instituto Americano de Pesquisa sobre o Câncer.
"Comer vegetais, frutas e grãos
-que são predominantemente
carboidratos- está relacionado a
redução do risco de câncer, doenças cardíacas, derrame, diabetes e
várias outras doenças crônicas",
disse Prince. Segundo ele, as dietas que cortam carboidratos e
preconizam o consumo de proteínas de origem animal e gordura
aumentam ainda mais o risco de
desenvolvimento dessas doenças.
O grupo, do qual fazem parte
diversas associações americanas,
é especialmente crítico a dietas
como a de Robert Atkins, baseada
em proteínas e gorduras. Esse tipo
de dieta leva o corpo ao processo
metabólico conhecido como cetose, que, por falta de carboidrato,
promove a metabolização das
gorduras, produzindo cetonas.
Estudos mostram que essas dietas fazem as pessoas perderem
peso mais rapidamente do que as
que seguem dietas com baixo nível de gordura nos primeiro seis
meses, mas as vantagens não se
mantêm a longo prazo.
O diretor médico da Atkins Nutricional, Stuart Trager, afirma,
no entanto, que a dieta é saudável.
"A dieta inclui espinafre, berinjela, brócolis, aspargos e folhas verdes, além de outros vegetais com
bastante fibra e frutas. A Atkins
requer cinco porções de vegetais
e/ou frutas por dia", declarou.
O governo dos EUA e outras associações relacionadas à saúde no
país recomendam a ingestão de
pelo menos cinco porções diárias
de frutas e vegetais e o consumo
de diversos tipos de grão.
Confusão
Segundo um estudo publicado
pela nova sociedade, 19% das pessoas que fazem dietas estão tentando cortar carboidratos e 47%
dos entrevistados acreditam que
dietas com restrição de carboidratos ajudam a perder peso sem cortar calorias. De acordo com a pesquisa, aqueles que seguem dietas
pobres em carboidratos fazem escolhas erradas na sua alimentação
-50% aumentaram o consumo
de carne, 30%, de bacon, e 43%
comem menos frutas.
"Eles [a população] estão confusos. Falta um entendimento básico de ciência", disse Barbara
Moore, presidente da Shape up
America, uma das associações
que fazem parte do novo grupo.
Além disso, "os consumidores
estão pagando um preço por esse
estilo de vida", disse Alison Rein,
da Liga Nacional dos Consumidores. Segundo a entidade, pessoas em dieta gastam cerca de
US$ 85 por mês com os chamados
produtos "de baixo carboidrato",
mesmo sem a avaliação e regulação da FDA (agência que regulamenta remédios e alimentos).
O estudo, feito por telefone com
1.017 adultos maiores de 18 anos
nos Estados Unidos entre os dias
10 e 13 deste mês, foi conduzido
por uma empresa de pesquisa de
opinião e tem margem de erro de
3,1 pontos percentuais para cima
ou para baixo.
Com agências internacionais
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