São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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TERROR

Oferta visa simpatizantes de baixo escalão do grupo

Sauditas propõem anistia a membros da Al Qaeda sem "sangue nas mãos"

DA REDAÇÃO

A Arábia Saudita ofereceu aos membros da rede terrorista Al Qaeda não diretamente envolvidos nos ataques e nas mortes recentes no país a chance de uma anistia, mas disse que os que têm as mãos sujas de sangue serão tratados com dureza.
"Aqueles que se renderem por vontade própria em até um mês a partir de hoje serão tratados de acordo com a lei de Deus", disse na TV o governante de fato do país, o príncipe-herdeiro Abdullah. "Os membros desse grupo que não foram presos em operações terroristas têm a chance de voltar a Deus."
As autoridades vêm repetindo que a lei islâmica, ou sharia, vigente no reino autoriza o tratamento complacente aos que se entregam por conta própria.
Uma fonte das forças de segurança disse que a mensagem pretende chamar os simpatizantes de baixo escalão da Al Qaeda "de volta ao rebanho" antes de cometerem atos de violência. Mas, continuou, os militantes envolvidos nos ataques dos últimos meses -dirigidos contra instituições governamentais e trabalhadores estrangeiros vitais à economia saudita- não poderão escapar de serem julgados pelos tribunais da sharia, que prevê a execução de assassinos pela decapitação.
Ao menos 85 civis e policiais foram mortos na Arábia Saudita pelos terroristas da Al Qaeda, responsável pelos ataques do 11 de Setembro e liderada pelo saudita Osama bin Laden. Abdullah disse que aqueles que não se renderem vão enfrentar "o poder implacável e a determinação inabalável" do Estado.
Na sexta-feira, forças de segurança mataram o líder da Al Qaeda no país, Abdulaziz al Muqrin, e três outros membros de alto nível da rede, horas depois de eles terem decapitado o refém americano Paul Johnson. Mais tarde, anunciaram a prisão de mais 12 suspeitos, entre eles alguns dos 26 mais procurados no reino.
A Al Qaeda, que há um ano vem travando no país uma campanha de violência que tem como alvos cidadãos ocidentais, prédios do governo e funcionários da indústria petrolífera, jurou levar adiante sua campanha para expulsar os estrangeiros do berço do islã e para derrubar a família real saudita, a Casa de Saud.


Com agências internacionais

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