São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Chávez reforma estatal após "escândalo da comida"

DE CARACAS

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, decidiu ontem, por decreto, que a empresa pública de importação de alimentos PDVAL, ligada à estatal petroleira PDVSA, agora responderá à Vice-Presidência da República.
A mudança é uma reação ao escândalo pelo achado de contêineres com toneladas de comida importadas pelo governo fora do prazo de validade ou podres.
Ao menos três ex-diretores da PDVAL, criada em 2008, estão presos. A transferência de responsabilidade da companhia acontece após Chávez, no fim de maio, ter defendido o poderoso presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, no caso.
O escândalo que ganha manchetes quase diárias da imprensa majoritariamente antigoverno é um problema para o presidente, que atribui a escassez esporádica de itens da cesta básica e a inflação de 14,2% neste ano à especulação de empresários.
Segundo o respeitado instituto de pesquisas Datanálisis, a popularidade de Chávez se recuperou do piso de 44% em maio para cerca de 48% em junho, numa alta atribuída ao reforço do discurso confrontacional do presidente e ao aumento do número de cadeias obrigatórias de rádio e TV.
A pouco mais de três meses das eleições legislativas, Chávez também reformou o seu gabinete ontem.
Sete ministros que disputarão cadeiras na Assembleia Legislativa em setembro foram substituídos. O decreto determina ainda o desmembramento do superministério do Poder Popular para Obras Públicas e Moradia, criado apenas há um ano e meio, nas pastas de Transporte e Comunicação e de Moradia.


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