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Chávez reforma estatal após "escândalo da comida"
DE CARACAS
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, decidiu ontem, por decreto, que a empresa pública de importação
de alimentos PDVAL, ligada
à estatal petroleira PDVSA,
agora responderá à Vice-Presidência da República.
A mudança é uma reação
ao escândalo pelo achado de
contêineres com toneladas
de comida importadas pelo
governo fora do prazo de validade ou podres.
Ao menos três ex-diretores
da PDVAL, criada em 2008,
estão presos. A transferência
de responsabilidade da companhia acontece após Chávez, no fim de maio, ter defendido o poderoso presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, no caso.
O escândalo que ganha
manchetes quase diárias da
imprensa majoritariamente
antigoverno é um problema
para o presidente, que atribui a escassez esporádica de
itens da cesta básica e a inflação de 14,2% neste ano à especulação de empresários.
Segundo o respeitado instituto de pesquisas Datanálisis, a popularidade de Chávez se recuperou do piso de
44% em maio para cerca de
48% em junho, numa alta
atribuída ao reforço do discurso confrontacional do
presidente e ao aumento do
número de cadeias obrigatórias de rádio e TV.
A pouco mais de três meses das eleições legislativas,
Chávez também reformou o
seu gabinete ontem.
Sete ministros que disputarão cadeiras na Assembleia
Legislativa em setembro foram substituídos. O decreto
determina ainda o desmembramento do superministério
do Poder Popular para Obras
Públicas e Moradia, criado
apenas há um ano e meio,
nas pastas de Transporte e
Comunicação e de Moradia.
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