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CRISE NA CAXEMIRA
Extremistas hindus, que participam do governo da Índia, querem que país use suas armas atômicas
Grupo defende ataque nuclear ao Paquistão
das agências internacionais
Extremistas hindus pediram ontem ao governo da Índia que ataque o Paquistão com bombas nucleares para pôr fim à crise militar
na região da Caxemira.
"Levanta, Atal Bihari (primeiro-ministro da Índia). Depois de tudo, para que fizemos a bomba? Só
para testá-la com êxito?", disse a
Rashtriya Swayamsevak Sangh
(RSS, Associação de Voluntários
Nacionais), organização nacionalista da qual o premiê indiano foi
membro e à qual pertencem diversos líderes do governo.
"Já basta, agora vamos dar uma
lição neles (nos paquistaneses)",
afirma o editorial da publicação
"Panchajanya", da RSS. Os extremistas disseram ao premiê indiano
que ele poderia escrever o "último
capítulo" de uma "série de agressões do Paquistão contra a Índia".
O vice-presidente do partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP,
que lidera o governo indiano), J.P.
Mathur, disse ser contra a posição
defendida pela organização.
A tensão na Caxemira preocupa
a comunidade internacional, que
teme mais uma guerra entre Índia
e Paquistão, que hoje são potências
nucleares. Os dois países já travaram três guerras.
Os EUA disseram que a região se
tornou "mais perigosa e explosiva" devido aos testes com armas
atômicas que esses países realizaram no ano passado.
"Não posso dizer que não poderia haver uma guerra", disse o ministro do Interior da Índia, Lal
Krishna Advani, número 2 do governo nacionalista. Ele classificou
o Paquistão como "um Estado maligno e irresponsável".
Versão paquistanesa
O Paquistão acusa o governo de
Nova Déli de tentar promover um
conflito externo para desviar a
campanha eleitoral da crise interna e criar uma situação política favorável ao governo nacionalista. O
país terá eleições para o Parlamento em setembro.
O chefe do Exército paquistanês,
general Pervez Musharraf, disse
que as possibilidades de paz são
cada vez menores devido à "atitude ameaçadora" da Índia. Segundo
ele, as forças paquistanesas estão
prontas para enfrentar "qualquer
eventualidade".
Para o chefe do Exército indiano,
general V.P. Malik, não há "dúvida
alguma" de que as invasões na área
da Caxemira sob controle da Índia,
iniciadas em maio, foram "decididas, planejadas e realizadas por
soldados paquistaneses".
O Paquistão nega as acusações e
diz que os separatistas são habitantes da região e simpatizantes
que lutam pela secessão da Caxemira sob controle indiano.
Os combates na Caxemira, desde
maio, causaram a morte de 165 indianos e de 339 paquistaneses, segundo a Índia. O Paquistão diz que
o confronto matou 400 soldados
indianos e 76 paquistaneses.
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