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INTOXICAÇÃO
Empresa terá de usar novos lotes de matéria-prima e limpar as instalações suspeitas de contaminação
Bélgica libera produção e venda de Coca-Cola
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
de Paris
O governo da Bélgica liberou ontem a produção e a comercialização dos refrigerantes Coca-Cola,
Fanta e Sprite, suspensas havia nove dias devido a casos de intoxicação.
A partir de hoje, as duas fábricas
instaladas no país -em Antuérpia
e Gand- devem retomar a produção de refrigerantes.
A importação de bebidas da fábrica de Dunquerque (norte da
França) continua proibida, assim
como a venda em máquinas automáticas. A liberação dos produtos
aconteceu um dia depois de a Coca-Cola publicar um pedido de
desculpas aos consumidores belgas, assinado pelo presidente
mundial da empresa, Douglas
Ivester, que está em Bruxelas.
Para que fosse retomada a produção, o governo belga impôs várias condições, principalmente
que a empresa use novos lotes de
matéria-prima e realize uma completa limpeza de suas instalações.
Em 8 de junho, 40 crianças belgas
passaram mal após beberem Coca-Cola, dando início à crise que abalou a imagem da empresa.
Sentindo dores-de-cabeça e com
problemas digestivos (vômitos e
diarréias), mais de 200 pessoas foram hospitalizadas na Bélgica,
França e Luxemburgo, após consumir refrigerantes da Coca-Cola.
Na França, não houve uma proibição total da venda dos refrigerantes. O governo decidiu retirar
do mercado apenas as latas fabricadas em Dunquerque (cerca de 50
milhões). As produzidas em Marselha (sul) continuaram a ser vendidas, bem como as garrafas.
Segundo a Coca-Cola, houve
problemas em duas unidades: em
Antuérpia, teria sido utilizado um
gás carbônico inadequado, contendo sulfeto de hidrogênio. Em
Dunquerque, o lado exterior de
um lote de latas teria sido contaminado por um fungicida aplicado
nos engradados.
Os laboratórios oficiais franceses, até agora, não encontraram resíduos do fungicida em quantidade suficiente para explicar os problemas ocorridos no país.
O governo francês adiou para
hoje a decisão de liberar ou não a
produção. Um dos motivos para a
demora é a abertura de investigação para determinar as causas da
contaminação.
A Direção Geral do Consumo,
Concorrência e Repressão de
Fraudes teria enviado notificação
informando que uma empresa que
presta serviços à Coca-Cola usou
raticida nos locais de estocagem.
"Nesta época, as empresas encarregadas da desinfecção dos locais
em que são estocadas as bebidas
podem recorrer a esse tipo de produto", disse Jean François Narbonne, ligado à Agência Francesa
de Segurança Sanitária de Alimentos, segundo o jornal "Le Monde".
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