|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Americanos sofrem duas baixas; "fita de Saddam" é divulgada
DA REDAÇÃO
Ao anunciar as mortes de
Uday e Qusay Hussein, anteontem, o comandante das tropas
terrestres no Iraque, general
Ricardo Sanchez, disse esperar
que elas desmotivassem a resistência iraquiana, responsável
por constantes ataques a militares dos EUA. Mas as baixas
de soldados em ações hostis no
pós-guerra chegaram a 41 ontem, com duas novas mortes.
Os EUA atribuem os ataques
a simpatizantes do ex-ditador,
mas analistas crêem que a morte de Uday e Qusay pouco influenciará os grupos que mantêm a resistência. "Se eles tinham um papel [na resistência], era mínimo", disse Wamidh Nazmi, professor de política na Universidade de Bagdá,
sobre os irmãos. Para ele, há
também grupos obscuros por
trás dos ataques.
Outros analistas acreditam
que a estrutura do Baath, o partido ao qual Saddam pertencia
(banido), é sólida o suficiente
para manter os ataques mesmo
sem suas figuras proeminentes.
E, se a hipótese americana se
confirmar, há forte chance de
as mortes dos dois filhos do ex-ditador provocar represálias,
como advertiu o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão,
o americano Paul Bremer.
As mortes anunciadas ontem
ocorreram em ataques com explosivos detonados remotamente em Mossul (norte)
-onde Uday e Qusay foram
mortos- e Ramadi (noroeste). Assim, as baixas dos EUA
em ataques desde o início da
guerra, em 20 de março, somam 155 -oito a mais do que
na Guerra do Golfo (1991).
Voz de Saddam
A TV árabe Al Arabiya veiculou ontem uma fita de áudio na
qual uma voz, atribuída a Saddam, pede resistência e diz que
a guerra "não acabou". É a terceira fita divulgada desde o desaparecimento do ex-ditador,
no início de abril.
Segundo a TV, a gravação teria sido feita no último domingo e recebida ontem. Não há
como confirmar a autenticidade nem datar a gravação. Mas o
ex-representante do Iraque na
ONU Mohammad al Douri disse à Al Arabiya estar certo de
que a voz é do ex-ditador.
Os EUA também anunciaram a prisão de um dos comandantes da Guarda Republicana, a força de elite do regime deposto. Barzan Abd al
Ghafur Sulayman Majid era o
11º na lista dos 55 iraquianos
mais procurados, da qual 18 integrantes -incluindo Saddam- seguem foragidos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque ocupado: Bush comemora morte de filhos de Saddam Próximo Texto: EUA dizem que exames confirmam mortes; anfitrião seria o delator Índice
|