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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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Americanos sofrem duas baixas; "fita de Saddam" é divulgada

DA REDAÇÃO

Ao anunciar as mortes de Uday e Qusay Hussein, anteontem, o comandante das tropas terrestres no Iraque, general Ricardo Sanchez, disse esperar que elas desmotivassem a resistência iraquiana, responsável por constantes ataques a militares dos EUA. Mas as baixas de soldados em ações hostis no pós-guerra chegaram a 41 ontem, com duas novas mortes.
Os EUA atribuem os ataques a simpatizantes do ex-ditador, mas analistas crêem que a morte de Uday e Qusay pouco influenciará os grupos que mantêm a resistência. "Se eles tinham um papel [na resistência], era mínimo", disse Wamidh Nazmi, professor de política na Universidade de Bagdá, sobre os irmãos. Para ele, há também grupos obscuros por trás dos ataques.
Outros analistas acreditam que a estrutura do Baath, o partido ao qual Saddam pertencia (banido), é sólida o suficiente para manter os ataques mesmo sem suas figuras proeminentes.
E, se a hipótese americana se confirmar, há forte chance de as mortes dos dois filhos do ex-ditador provocar represálias, como advertiu o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão, o americano Paul Bremer.
As mortes anunciadas ontem ocorreram em ataques com explosivos detonados remotamente em Mossul (norte) -onde Uday e Qusay foram mortos- e Ramadi (noroeste). Assim, as baixas dos EUA em ataques desde o início da guerra, em 20 de março, somam 155 -oito a mais do que na Guerra do Golfo (1991).

Voz de Saddam
A TV árabe Al Arabiya veiculou ontem uma fita de áudio na qual uma voz, atribuída a Saddam, pede resistência e diz que a guerra "não acabou". É a terceira fita divulgada desde o desaparecimento do ex-ditador, no início de abril.
Segundo a TV, a gravação teria sido feita no último domingo e recebida ontem. Não há como confirmar a autenticidade nem datar a gravação. Mas o ex-representante do Iraque na ONU Mohammad al Douri disse à Al Arabiya estar certo de que a voz é do ex-ditador.
Os EUA também anunciaram a prisão de um dos comandantes da Guarda Republicana, a força de elite do regime deposto. Barzan Abd al Ghafur Sulayman Majid era o 11º na lista dos 55 iraquianos mais procurados, da qual 18 integrantes -incluindo Saddam- seguem foragidos.


Com agências internacionais


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