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EUA dizem que exames confirmam mortes; anfitrião seria o delator
DA REDAÇÃO
Os EUA disseram ontem que
exames de arcada dentária e radiografias confirmaram que dois
dos quatro homens mortos em
uma operação americana em
Mossul (norte do Iraque) na véspera eram Uday e Qusay Hussein,
filhos do ex-ditador Saddam Hussein. O anúncio anterior, feito anteontem, se baseava no reconhecimento visual.
As reações no Iraque foram divididas. Enquanto muitos saíram
às ruas para comemorar, centenas de pessoas se reuniram no aeroporto de Bagdá e entoaram frases de apoio a Saddam quando os
corpos de Uday, 39, e Qusay, 37,
eram desembarcados. Muitos iraquianos, no entanto, estão céticos
quanto à morte do segundo e do
terceiro homem mais poderoso
do regime, após Saddam.
Para reduzir os questionamentos, o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, anunciou
na noite de ontem que os EUA divulgarão fotografias dos corpos,
sem informar quando. Durante a
guerra, os EUA protestaram contra TVs árabes que exibiram imagens de seus soldados capturados.
O general Ricardo Sanchez, comandante das tropas terrestres no
Iraque, prometeu, em entrevista
coletiva, provas à população iraquiana. Os correspondentes do
"New York Times" presentes na
coletiva tiveram acesso às fotos.
Segundo eles, elas mostrariam os
corpos a partir do tórax. As narinas e os olhos de ambos estavam
encobertos por sangue.
Segundo Sanchez, a identificação de Qusay pela arcada dentária
é 100% positiva. Já a de Uday é
90% positiva, mas radiografias do
corpo comparadas às de Uday tiradas em 1996 confirmam se tratar do primogênito de Saddam.
Os dois foram mortos no segundo andar de uma mansão na zona
norte de Mossul. Com eles estavam um segurança e Mustafa, 14,
filho de Qusay. A casa foi cercada
por 200 soldados e helicópteros.
Recebidos a tiros de armas de baixo calibre, os soldados dispararam mísseis antitanque, tiros de
metralhadoras e foguetes, invadindo a casa na sequência.
Sanchez disse ainda que os três
adultos teriam morrido antes de
os soldados invadirem a casa, nos
ataques com mísseis. O adolescente foi o único a resistir até a invasão, tendo trocado tiros com os
soldados antes de ser morto.
Delação
Segundo Sanchez, o paradeiro
dos filhos de Saddam foi informado por um iraquiano que receberá
US$ 30 milhões em recompensas.
Os moradores do bairro onde
Uday e Qusay foram mortos
apontam o xeque Nawaf al Zaydan Muhhamad -o dono da
mansão- como o delator. Zaydan teria deixado a casa com a
mulher e as filhas por volta das
6h30, despertando suspeitas. Ele
voltou. Elas, não. Minutos antes
da operação, que transcorreu a
partir das 10h30, Zaydan saiu da
casa acompanhado do filho e com
as mãos na cabeça.
Os EUA anunciaram que seu informante está sob sua proteção.
Indagado sobre a razão pela qual
o informante precisava de proteção, o coronel Joe Anderson, um
dos comandantes da operação,
respondeu que "as pessoas sabem
quem era o dono da casa".
Com agências internacionais
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