São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Meta dos EUA é afastar Damasco de Teerã

HELENE COOPER
DAVID E. SANGER

DO "NEW YORK TIMES Enquanto a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, se preparava para viajar a Israel ontem, funcionários do governo de George W. Bush diziam reconhecer que a Síria desempenha um papel central na crise no Oriente Médio, e que estão procurando meios de afastar Damasco de sua aliança de conveniência com o Irã.
Membros graduados do governo disseram que, por ora, não têm planos de retomar conversações diretas com o governo sírio. Afirmaram, entretanto, que estão encorajando a Arábia Saudita e o Egito a mostrar para os sírios que eles devem voltar-se contra o Hizbollah. "Achamos que os sírios reagirão melhor ouvindo isso de seus vizinhos árabes do que de nós", disse um funcionário.
Existem vários obstáculos ao sucesso dessa empreitada. O esforço poderia encorajar a Síria a reclamar de volta sua influência sobre o Líbano, que ela perdeu quando suas tropas foram obrigadas a deixar o território libanês no ano passado.
Também não está claro qual o nível de pressão que países árabes vão fazer por uma causa que beneficia os EUA e Israel.
Os esforços diplomáticos começariam ontem à tarde, quando estava previsto um encontro do presidente Bush com o chanceler saudita, Saud al Faisal, e o chefe do Conselho de Segurança Nacional saudita, príncipe Bandar bin Sultan. Rice só viajaria para o Oriente Médio depois do encontro, do qual ela também participaria.
Os próprios norte-americanos não sabiam bem o que esperar da sessão. "Não sabemos quão pacientes os sauditas serão com as ações militares israelenses", disse um funcionário. "Eles querem ver o Hizbollah fora do mapa e querem atingir os iranianos". "Mas, no mundo árabe, não podem ser vistos desejando isso de modo muito entusiástico", disse.
Até aqui, não há discussões acerca de quais incentivos oferecer aos sírios para que abandonem o Hizbollah e parem de armá-lo. O governo Bush tem relutado em fazer esse tipo de oferta. Tem evitado até mesmo acenar com declarações conciliatórias. O Departamento de Estado lista a Síria como país que financia organizações terroristas.
Nos meses seguintes ao 11 de Setembro, a Síria ajudou os EUA com informações sobre a Al Qaeda, mas as relações se deterioraram depois que os EUA acusaram Damasco de fazer pouco para desbaratar associados de Saddam Hussein que usam bancos sírios para financiar a insurgência no Iraque.
Em 2004, os EUA impuseram sanções à Síria, aumentadas no ano passado depois que agentes sírios foram acusados de envolvimento no assassinato do ex-premiê libanês Rafik Hariri (1992-98 e 2000-2004).


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