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Meta dos EUA é afastar Damasco de Teerã
HELENE COOPER
DAVID E. SANGER
DO "NEW YORK TIMES
Enquanto a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, se preparava para viajar a Israel ontem, funcionários do governo de George W. Bush diziam reconhecer que a Síria desempenha um papel central na
crise no Oriente Médio, e que
estão procurando meios de
afastar Damasco de sua aliança
de conveniência com o Irã.
Membros graduados do governo disseram que, por ora,
não têm planos de retomar
conversações diretas com o governo sírio. Afirmaram, entretanto, que estão encorajando a
Arábia Saudita e o Egito a mostrar para os sírios que eles devem voltar-se contra o Hizbollah. "Achamos que os sírios
reagirão melhor ouvindo isso
de seus vizinhos árabes do que
de nós", disse um funcionário.
Existem vários obstáculos ao
sucesso dessa empreitada. O
esforço poderia encorajar a Síria a reclamar de volta sua influência sobre o Líbano, que ela
perdeu quando suas tropas foram obrigadas a deixar o território libanês no ano passado.
Também não está claro qual
o nível de pressão que países
árabes vão fazer por uma causa
que beneficia os EUA e Israel.
Os esforços diplomáticos começariam ontem à tarde, quando estava previsto um encontro
do presidente Bush com o
chanceler saudita, Saud al Faisal, e o chefe do Conselho de Segurança Nacional saudita, príncipe Bandar bin Sultan. Rice só
viajaria para o Oriente Médio
depois do encontro, do qual ela
também participaria.
Os próprios norte-americanos não sabiam bem o que esperar da sessão. "Não sabemos
quão pacientes os sauditas serão com as ações militares israelenses", disse um funcionário. "Eles querem ver o Hizbollah fora do mapa e querem
atingir os iranianos". "Mas, no
mundo árabe, não podem ser
vistos desejando isso de modo
muito entusiástico", disse.
Até aqui, não há discussões
acerca de quais incentivos oferecer aos sírios para que abandonem o Hizbollah e parem de
armá-lo. O governo Bush tem
relutado em fazer esse tipo de
oferta. Tem evitado até mesmo
acenar com declarações conciliatórias. O Departamento de
Estado lista a Síria como país
que financia organizações terroristas.
Nos meses seguintes ao 11 de
Setembro, a Síria ajudou os
EUA com informações sobre a
Al Qaeda, mas as relações se deterioraram depois que os EUA
acusaram Damasco de fazer
pouco para desbaratar associados de Saddam Hussein que
usam bancos sírios para financiar a insurgência no Iraque.
Em 2004, os EUA impuseram sanções à Síria, aumentadas no ano passado depois que
agentes sírios foram acusados
de envolvimento no assassinato do ex-premiê libanês Rafik
Hariri (1992-98 e 2000-2004).
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