São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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AMÉRICA LATINA

Índice da Universidade Torcuato Di Tella, que vai até 5, apura 2,07 em agosto, contra 3,22 em fevereiro

Popularidade do governo Kirchner tem baixa recorde

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

A confiança dos argentinos no governo do presidente Néstor Kirchner atingiu o nível mais baixo desde o início de sua gestão, em maio do ano passado, segundo levantamento mensal feito pela Universidade Torcuato Di Tella. O índice de medição de confiança utilizado pela universidade caiu 37% desde o início do governo e 25% nos dois últimos meses.
O índice varia de 0 a 5 pontos. O pico de confiança foi em fevereiro, quando o índice atingiu 3,32 pontos. Em agosto, registrou-se o mais baixo: 2,07 pontos. Foram entrevistadas 800 pessoas por amostragem nos principais centros urbanos do país.
A pesquisa mede a confiança no governo, não no presidente. Mas Kirchner, eleito com 21% dos votos, também tem perdido popularidade. Depois de ter chegado a 80% pouco antes de seu governo completar um ano, a aprovação do presidente caiu para 63%, segundo pesquisa divulgada pelo jornal "La Nación" em julho.
De acordo com o cientista político Sergio Berensztein, coordenador da pesquisa da Torcuato Di Tella, três fatores influenciaram na queda da confiança no governo nos últimos meses: o aumento da insegurança, a lenta recuperação econômica e a escalada dos protestos sociais.
"Embora o governo tenha aumentado salários e aposentadorias, as reposições não acompanharam as perdas que os argentinos sofreram desde 2001", disse.
Para ele, a pesquisa revelou que o aspecto do governo que gera mais credibilidade é a capacidade da administrar para resolver problemas e o de menor confiança foi a capacidade de governar para a população de um modo geral.
"Isso demonstra que o governo ainda tem capital em termos de credibilidade, portanto, ainda pode recuperar popularidade com mudanças na administração, mas tudo vai depender das variáveis que possam ocorrer", disse.
Está marcada para quinta-feira uma passeata que deverá reunir milhares de pessoas. O protesto está sendo organizada por Juan Carlos Blumberg, pai do adolescente Axel Blumberg, seqüestrado e morto no início do ano.
As petições de Blumberg, que tornou-se um ativista contra a violência, no Congresso já conseguiram causar várias mudanças na Justiça. A última delas foi a mudança na pena máxima de 25 para 50 anos, aprovada na semana passada.


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