São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Pragmáticos, Verdes devem protestar menos

DO ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Os Verdes, cuja vantagem sobre os liberais do FDP (Partido Democrata Liberal) decidiu a eleição legislativa em favor da atual coalizão governamental -com os social-democratas-, prometeram ontem, depois de uma reunião do partido, concentrar-se em questões ambientais em sua segunda participação num governo alemão.
Há algum tempo, o partido deixou de lado sua plataforma protestatória para, à imagem de seu maior líder, o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer -o principal responsável pelo surpreendente triunfo dos Verdes-, privilegiar uma atitude mais pragmática.
Os Verdes, que conquistaram 8,6% dos votos (1,9% a mais do que em 1998), reuniram-se para debater o que será discutido nas negociações com o chanceler (premiê) Gerhard Schröder para formar o novo gabinete.
Segundo Fritz Kuhn, que, ao lado de Claudia Roth, preside o partido, os Verdes querem que a coalizão tenha duas preocupações principais: "ambiente e justiça".

Menos poluição
Kuhn deixou transparecer que sua formação deverá concentrar-se na implementação de suas políticas, não na obtenção de um quarto ministério, como especulam os especialistas.
Entre os principais pontos que eles deverão defender está a busca de alternativas menos poluentes para os meios de transporte atuais, a utilização de energia "desperdiçada" e, provavelmente, um aumento no imposto cobrado sobre o consumo de energia, o que deverá desagradar aos mercados.
Nos últimos quatro anos, entre outras coisas, os Verdes conseguiram a aprovação do Ökosteuer, o imposto ambiental, que incide sobre os combustíveis e foi bastante criticado pelos liberais e pelos conservadores durante a campanha eleitoral.

Guerra e rodovias
Com a influência de Fischer, o partido se concentra hoje em influenciar os social-democratas a adotar parte de suas políticas, abandonando até sua sacrossanta oposição a ações militares -embora só aceite as preventivas.
Os Verdes também abandonaram sua veleidade de ter aprovado o estabelecimento de limites de velocidade nas estradas alemãs, pois, para a população, isso seria um "inaceitável" cerceamento de sua liberdade. (MSM)


Com agencias internacionais


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