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Pragmáticos, Verdes devem protestar menos
DO ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Os Verdes, cuja vantagem sobre os liberais do FDP (Partido Democrata Liberal) decidiu a eleição legislativa em favor da atual coalizão governamental -com os social-democratas-, prometeram ontem, depois de uma reunião do
partido, concentrar-se em questões ambientais em sua segunda
participação num governo alemão.
Há algum tempo, o partido deixou de lado sua plataforma protestatória para, à imagem de seu maior líder, o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer
-o principal responsável pelo surpreendente triunfo dos Verdes-, privilegiar uma atitude mais pragmática.
Os Verdes, que conquistaram
8,6% dos votos (1,9% a mais do
que em 1998), reuniram-se para
debater o que será discutido nas
negociações com o chanceler
(premiê) Gerhard Schröder para
formar o novo gabinete.
Segundo Fritz Kuhn, que, ao lado de Claudia Roth, preside o partido, os Verdes querem que a coalizão tenha duas preocupações
principais: "ambiente e justiça".
Menos poluição
Kuhn deixou transparecer que
sua formação deverá concentrar-se na implementação de suas políticas, não na obtenção de um quarto ministério, como especulam os especialistas.
Entre os principais pontos que
eles deverão defender está a busca
de alternativas menos poluentes
para os meios de transporte
atuais, a utilização de energia
"desperdiçada" e, provavelmente,
um aumento no imposto cobrado
sobre o consumo de energia, o
que deverá desagradar aos mercados.
Nos últimos quatro anos, entre
outras coisas, os Verdes conseguiram a aprovação do Ökosteuer, o
imposto ambiental, que incide sobre os combustíveis e foi bastante
criticado pelos liberais e pelos
conservadores durante a campanha eleitoral.
Guerra e rodovias
Com a influência de Fischer, o partido se concentra hoje em influenciar os social-democratas a adotar parte de suas políticas, abandonando até sua sacrossanta oposição a ações militares -embora só aceite as preventivas.
Os Verdes também abandonaram sua veleidade de ter aprovado o estabelecimento de limites de velocidade nas estradas alemãs, pois, para a população, isso
seria um "inaceitável" cerceamento de sua liberdade.
(MSM)
Com agencias internacionais
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