DA FRANCE PRESSE

A vitória da esquerda nas eleições alemãs de anteontem e a dos social-democratas na Suécia neste mês reverteram a tendência de ascensão da direita na Europa.
O primeiro-ministro sueco, Goeran Persson, expressou ontem satisfação pela vitória do chanceler (premiê) social-democrata Gerhard Schröder. "Estou extremamente feliz que tenha havido outra vitória eleitoral social-democrata na Europa", disse.
O dirigente dos socialistas franceses, Henri Weber, cujo partido foi derrotado nas eleições de maio e junho na França, disse que os triunfos da esquerda alemã e sueca iriam "dissuadir os coveiros da social-democracia de começar suas orações fúnebres".
O deputado europeu de centro-direita Jean-Louis Bourlanges diminuiu a importância da vitória de Schröder, afirmando que "o fato de os dirigentes europeus não pertencerem ao mesmo partido não é um problema", já que o liberalismo é adotado hoje tanto pela direita quanto pela esquerda.
O pesquisador do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), Philippe Moreau-Defarge, disse que a vitória da esquerda alemã deve levar o governo conservador francês a uma aproximação com os trabalhistas britânicos, por causa de profundas divergências existentes entre a França e a Alemanha a respeito de temas como o Iraque ou a política agrícola da UE. "É possível que as relações entre França e Reino Unido se fortaleçam", disse.
A ascensão da direita da Europa começou em 1996, com a vitória do espanhol Partido Popular, de José María Aznar, que teve de governar com os nacionalistas catalães no primeiro mandato e ganhou maioria absoluta em 2000.
Em outubro de 1999, a UE se surpreendeu com o triunfo da extrema direita na Áustria. Em maio de 2001, Silvio Berlusconi, de direita, ganhou as eleições na Itália e formou um governo com a xenófoba Liga Norte e a neofascista Aliança Nacional. Em 2002, além de na França, a direita conquistou o poder em dois outros países: Portugal e Holanda.


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