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GUERRA À VISTA
Para americanos, declaração iraquiana contra nova resolução da ONU é prova de que país não quer vistorias
EUA acusam Bagdá de recuar sobre inspeção
DA REDAÇÃO
Os EUA acusaram ontem o Iraque de voltar atrás na promessa feita na semana passada às Nações Unidas de permitir o retorno incondicional das inspeções de
armamentos ao país, e o presidente George W. Bush advertiu a
ONU de que ela perderá credibilidade se não aprovar uma dura resolução contra o Iraque.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse aos
seus ministros, em uma reunião
de gabinete, não ter dúvidas de
que o ditador Saddam Hussein
desenvolve armas de destruição
em massa e precisa ser detido.
"Não cabe ao Iraque decidir se o
CS [Conselho de Segurança" vai
aprovar uma nova resolução nem
decidir que tipo de regime de inspeções o CS aprovará", disse o
porta-voz do Departamento de
Estado dos EUA, Richard Boucher, em referência às declarações
do governo iraquiano de que não
aceitará uma nova resolução.
"As declarações recentes do Iraque são apenas mais uma prova
de que o país já está voltando atrás
em seus compromissos de permitir as inspeções sem condições
prévias", disse Boucher.
O Iraque alega que uma nova
resolução contrariaria um acordo
feito com o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan. Em 1998, o CS
aprovou um acordo que impedia
o acesso das inspeções de armas
aos palácios presidenciais.
Annan negou ontem que o fato
tenha gerado desavenças entre ele
e o governo americano. Anteontem, o "New York Times" havia
publicado que os EUA teriam ficado "furiosos" com o episódio.
Bush disse ontem que a questão
do Iraque é um "teste" para a autoridade da ONU. "Quero ver resoluções fortes saindo da ONU,
que digam que os velhos tempos
de enganos já eram, que façam esse homem prestar contas e que
permitam que os países amantes
da paz possam desarmar Saddam
Hussein antes que ele ameace
seus vizinhos, a liberdade, a América e a civilização", disse Bush.
O presidente americano já declarou que os EUA agirão por
conta própria se o CS não aprovar
uma resolução que permita uma
ação militar caso as inspeções não
alcancem o seu objetivo.
O ministro da Defesa da Rússia,
Sergei Ivanov, disse que o seu país
não se opõe a uma nova resolução
que torne as inspeções no Iraque
mais eficientes. Para ele, as negociações sobre uma nova resolução
devem seguir paralelamente ao
trabalho de inspeção.
Na semana passada, a Rússia
havia se declarado contrária a
uma nova resolução. Para aprovar uma resolução, é necessário o
apoio de nove dos 15 membros do
CS, incluindo os cinco membros
permanentes, que têm poder de
veto -EUA, Reino Unido, França, China e Rússia.
Blair deve divulgar publicamente hoje um dossiê, apresentado
ontem aos seus ministros, com
supostas provas de que Saddam
Hussein está desenvolvendo armas de destruição em massa. Ele
enfrenta a oposição de membros
de seu próprio Partido Trabalhista e tenta convencê-los a apoiar
uma ação militar contra o Iraque.
Com agências internacionais
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