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Itália questiona anúncio de mortes
DA REDAÇÃO
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, afirmou ontem que é preciso
cautela antes de confirmar se as
duas italianas seqüestradas no
Iraque estão vivas ou mortas.
Por enquanto, foram divulgados dois comunicados de distintos grupos terroristas anunciando
a morte de Simona Pari e Simona
Torreta. O primeiro, denominado
Jihad Islâmico do Iraque, afirmou
ter matado as duas em comunicado publicado na internet na noite
de anteontem.
Ontem, foi a vez do grupo
Apoiadores de Al Zawahiri (alusão ao terrorista egípcio Ayman al
Zawahiri, número dois da Al Qaeda) anunciar que matou as "duas
Simonas", como as voluntárias
têm sido chamadas na Itália.
Essas duas organizações reivindicaram o seqüestro das voluntárias no dia 7. Uma delas exige que
sejam soltas todas as mulheres
presas no Iraque e a outra pede a
retirada das tropas italianas.
Até ontem, não haviam sido sido encontrados os corpos das
duas mulheres. Tampouco foi
exibido o filme da morte delas
-como tem sido comum nesse
tipo de seqüestro no Iraque.
O governo Berlusconi informou
que os comunicados dos grupos
"não são confiáveis" e que as suas
divulgações fazem parte de um
campanha terrorista por meio da
mídia. "Nós pedimos a máxima
cautela, cuidado e responsabilidade", disse um comunicado em
nome do premiê italiano.
O diário "L'Osservatore Romano", do Vaticano, escreveu em
manchete: "Angústia e esperança". "Nós ainda não estamos resignados. Preferimos acreditar
que o que começou na noite de
ontem [anteontem] é apenas um
pesadelo", escreveu o jornal.
Familiares e amigos das duas reféns aguardavam ontem notícias
do Ministério das Relações Exteriores. "Espero que o anúncio
[das mortes] seja falso", afirmou
Anna Maria Torreta, avó de uma
das Simonas.
Enzo Bianco, parlamentar italiano que comanda comissão que
trata de serviços secretos, disse
que as agências de inteligência indicam que os anúncios das mortes são completamente "não confiáveis". Mas ele acrescentou: "É
preciso cautela porque essa será
uma longa e complicada história.
Uma guerra através da mídia está
a caminho".
A reivindicação das mortes
ocorre após duas semanas de intensos esforços diplomáticos de
Berlusconi. Seu governo foi duramente criticado sob a acusação de
não ter feito o suficiente para conseguir a libertação de um jornalista italiano no mês passado, que
acabou assassinado. Desta vez foram enviadas duas missões para o
Oriente Médio.
A maior parte dos partidos políticos italianos está unida nos esforços para a libertação das Simonas. A única exceção é o Partido
Comunista, que disse que Berlusconi deve aproveitar o momento
para retirar os 3.000 soldados italianos que integram a coalizão liderada pelos EUA no Iraque.
As duas voluntárias italianas foram ao Iraque para trabalhar em
serviços educacionais em uma organização humanitária.
Libertação
A canadense Fairuz Yamulky foi
libertada ontem no Iraque. O grupo terrorista que a havia seqüestrado exigiu que a companhia para a qual ela trabalha, denominada GSS, encerrasse suas operações
no Iraque. A empresa fornece
equipamentos para bases militares americanas. O grupo disse que
a GSS cumpriu a exigência, mas a
empresa não confirmou.
Cerca de 30 reféns estrangeiros
já foram mortos por terroristas no
Iraque desde abril.
Com agências internacionais
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