DA ASSOCIATED PRESS

Pelo menos 20 mil manifestantes protestaram ontem em Manchester, no norte do Reino Unido, contra a presença de tropas britânicas no Iraque e no Afeganistão. A manifestação ocorreu na véspera do encontro anual do Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Tony Blair, que começa hoje na cidade e irá durar cinco dias.
"Estamos aqui para protestar contra os danos que Blair fez", disse Jennifer Jones, 20, uma estudante que usava uma máscara com o rosto do premiê e uma camisa branca com manchas de sangue de mentira. À sua volta, manifestantes aplaudiam e assobiavam.
Blair chegou ao hotel onde ele e outros representantes do partido irão se hospedar para a conferência sem se dirigir aos manifestantes. Essa será sua última participação num encontro como líder do partido. Sob pressão da oposição interna, ele prometeu deixar a liderança -e o cargo de premiê- em um ano.
Alguns manifestantes usavam camisetas e cartazes com os dizeres "Não à guerra" e "Bush e Blair, irmãos de sangue".

Nova relação com Bush
Aliados do Ministro das Finanças Gordon Brown, favorito para suceder Blair entre os trabalhistas, tentaram marcar diferença. A ministra de Assuntos Constitucionais, Harriet Harman, afirmou que Brown deveria ter uma relação diferente com Bush. "A nova liderança precisa ter uma política externa, baseada no que os britânicos acham que deva ser o papel do Reino Unido no mundo. Isso significa ter uma nova relação com os EUA."
Pesquisa divulgada ontem revela que 81% dos entrevistados preferem uma eleição para escolher o sucessor de Blair, em vez de simplesmente transmitir o cargo para o novo líder escolhido pelos trabalhistas.