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Direita radical ganha força em atos e eleições
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE BUDAPESTE
No próximo domingo,
haverá eleições municipais na Hungria. O foco
das atenções é a capital,
Budapeste, cujo prefeito,
Gábor Demszky, está há 16
anos no cargo (a reeleição
ilimitada é permitida no
país) e é aliado do primeiro-ministro Ferenc
Gyurcsany. Com os protestos contra Gyurcsany,
do Partido Socialista, na
última semana, o partido
de extrema-direita mais
conhecido, o Fidesz, tem
ganho apoio popular.
Em fita vazada para a
imprensa, Gyurcsany foi
flagrado admitindo que o
governo maquiou números da economia e mentiu
para ganhar as eleições de
abril, o que detonou as manifestações. "E agora", diz
ele na gravação, "todos devem se empenhar para
promover as reformas orçamentárias necessárias".
O Fidesz é acusado pelo
governo de encorajar grupos radicais da extrema-direita, como os neonazistas, a promover atos violentos durante os protestos. O partido responde
oficialmente que "a idéia é
um absurdo, apenas mostra que o país está sem
controle e governo".
Mais protestos
Ontem, cerca de 20.000
manifestantes, alguns deles ligados a outro grupo
de extrema direita, o Jobbik, se reuniram em frente
ao Parlamento. Um dos
oradores do ato foi um bispo protestante, Laszlo
Toekes, conhecido pela
militância ultranacionalista. "Quem é culpado?",
perguntou ele, "quem incendeia um carro ou quem
destrói a nação inteira?"
"Somos um país pacífico, as pessoas não gostam
de violência, muita gente
que eu conheço nem sequer sabia que existiam
neonazistas aqui", lamenta o empresário Levente
Nanasy. "Falam em fazer
reformas duras, mas e o
que estava ocorrendo antes, esses aumentos de impostos? Para onde foi o dinheiro?", indaga.
Nesta semana, Gyurcsany e uma comitiva oficial devem levar a Bruxelas (sede da Comissão Européia) a versão final do
plano de reformas que o
governo deve implementar, a fim de que a Hungria
cumpra as exigências da
União Européia para reduzir seu déficit público,
um dos maiores do bloco.
Em entrevista à agência
estatal, o premiê voltou a
afirmar que não haverá
novos aumentos de impostos. A população húngara, no entanto, já ouviu
essa promessa outra vezes.
(PR)
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