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Protestos pela previdência param a França
Trabalhadores param de trabalhar e exigem que idade mínima não seja modificada
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os trabalhadores franceses voltaram a cruzar os braços. Quase um milhão de
pessoas, segundo o governo,
protestaram ontem contra
mudanças nas regras da previdência. Os sindicatos afirmam que foram três milhões
de manifestantes.
A população enfrentou
problemas de mobilidade.
Não houve gente o suficiente
para operar o eficiente transporte. Trem, metrô e avião
funcionaram com dificuldades. Só o ônibus se salvou.
Entre 40% e 50% dos voos,
de acordo com a agência de
aviação do país, foram cancelados. As viagens de trem
entre as cidades francesas ficaram reduzidas ao equivalente à metade do realizado
em dias normais.
O metrô funcionou com
poucos funcionários. A presença de policiais foi reforçada nas estações para evitar
que os terroristas se aproveitassem da paralisação. Soldados armados fizeram patrulha nos principais pontos
de parada das composições.
Até mesmo as viagens de
trem-bala foram prejudicadas. Houve menos trens para
fazer o percurso que interliga
França e Bélgica.
A principal central sindical dos professores afirmou
que mais de 50% dos profissionais podem aderir à greve.
O Ministério da Educação rebate a porcentagem e garante que esse número é menor,
pouco mais de 25%.
Os sindicatos exigem que
o governo desista, entre outras medidas, de aumentar a
idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos.
Outra reivindicação está
na manutenção da idade para receber aposentadoria integral. O governo quer alterar
de 65 para 67 anos.
"Estamos próximos do que
queremos. Conseguimos recrutar de novo milhões de
trabalhadores e levá-los para
as ruas", disse Bernard Thibault, líder de uma das grandes centrais sindicais.
A justificativa do presidente Nicolas Sarkozy e de sua
equipe é a necessidade de
controlar o deficit crescente
da previdência. A França tem
a menor idade mínima da Europa para aposentadoria.
Mesmo que os 62 anos sejam
aprovados, continuará a ter,
entre os europeus, a menor.
Como os "baby boomers",
nascidos na explosão demográfica logo após a Segunda
Guerra, estão atingindo a
idade necessária para se aposentar e a expectativa de vida
só aumenta, o governo insiste que a ausência de mudanças fará com que o sistema
entre em colapso em 2018.
Parte da oposição, formada pelos partidos de esquerda, entende a aposentadoria
aos 60 anos como um símbolo do sistema de bem-estar
social. Para eles, a sociedade
francesa não pode abrir mão
desse direito adquirido.
A reforma passou por um
voto pela Assembleia Nacional, mas ainda precisa vencer muitos obstáculos, incluindo as votações no Senado marcadas para 5 de outubro, antes de se tornar lei.
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