São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010

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FOCO

"Devoradora", Carla Bruni humilha Sarkozy, diz biógrafa

ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Quem é realmente a primeira-dama da França?
"Uma coisa é certa, a Carla Bruni que os franceses veem hoje não é a verdadeira", afirma a jornalista Besma Lahouri, autora de uma biografia não autorizada sobre a esposa do presidente Nicolas Sarkozy que acaba de chegar às livrarias na França.
Em "Carla, une vie secrète" ("Carla, uma vida secreta", em tradução livre), a autora descreve a ex-manequim como uma mulher sedutora e ambiciosa, leal nas amizades e infiel no amor.
"A imagem de uma primeira-dama tímida e obediente, que acompanha ajuizadamente o marido nas viagens oficiais, como a protocolar visita à Inglaterra, não passa de uma construção dos assessores de comunicação de Nicolas Sarkozy", afirmou Besma Lahouri à Folha.
A partir de depoimentos colhidos com ex-namorados, amigos e pessoas próximas da primeira-dama, a italiana, que chegou à França em 1974, aos 7 anos, é descrita como a versão feminina de "Don Juan", uma "sedutora em série", "devoradora de homens", que se declarava abertamente contra a monogamia e dizia não imaginar passar mais de três anos com um mesmo parceiro.
"Uma verdadeira tigresa", nas palavras do ex-namorado Arno Klarsfeld.
O livro reconta o passado da primeira-dama, a infância dourada, mas solitária, a adolescência displicente nas boates de Paris, o início da carreira de manequim, a tumultuada vida sentimental , a relação secreta de mais de oito anos com o vocalista dos Rolling Stones, Micky Jagger, até o encontro com Sarkozy, num jantar em 2007.
"Sair com um homem tão poderoso quanto Sarkozy não é fruto do acaso, mas sim o resultado de um objetivo construído durante mais de 30 anos", sustenta Lahouri.
A ex-manequim também é descrita como prisioneira de sua própria imagem, obcecada pela aparência.
A conclusão da autora é a de que Bruni tem uma influência forte sobre o presidente Sarkozy, ao ponto de impor ao presidente a "humilhante situação" de ter que conviver com seus ex- -namorados que frequentam, regularmente, a mansão da família no sul da França, à beira do Mediterrâneo.
Lahouri, que já publicou livro similar sobre o craque Zinedine Zidane, não conseguiu encontrar pessoalmente Bruni, nem nenhum de seus familiares próximos, mas afirma que entrevistou cerca de 80 pessoas para reconstruir a personalidade da cantora e ex-manequim.
Segundo ela, houve pressão da Presidência francesa para impedir a publicação do livro. Assessores de Sarkozy teriam ligado para redações de jornais, para a editora da obra, Flammarion, e para pessoas entrevistadas pela autora para tentar obter informações e extratos do livro.


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