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IRAQUE OCUPADO
EUA obtêm pouco êxito no primeiro dia da conferência de doadores em Madri
Annan pede doação para reconstruir Iraque
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, exortou os participantes
da Conferência Internacional de
Doadores para a Reconstrução do
Iraque a deixarem as diferenças
de lado e serem "generosos".
"O desafio de longo prazo da reconstrução tem de ser enfrentado
por todos nós", disse ele em discurso que abriu a conferência em
Madri, patrocinada pelos EUA, da
qual participam 77 países, inclusive o Brasil.
Cálculos do Banco Mundial
prevêem que US$ 35,58 bilhões
serão necessários para a reconstrução até 2007. Segundo Annan,
US$ 9,3 bilhões seriam usados já
em 2004. Os EUA, hoje administrando o país, devem gastar mais
US$ 18,6 bilhões em áreas não cobertas pela entidade.
Annan colocou a segurança e a
busca da soberania iraquiana como questões prioritárias. "O êxito
não depende só da disponibilidade de recursos", disse ele.
Com as doações da Itália, do Canadá e da Coréia do Sul, anunciadas ontem, os EUA já arrecadaram cerca de US$ 3,5 bilhões.
Além disso, o Banco Mundial disponibilizou entre US$ 3 bilhões e
US$ 5 bilhões em empréstimos.
Mas os países que se opuseram
à guerra, como a França, a Alemanha e a Rússia, negam contribuições mais volumosas. Tampouco
se sabe qual será a soma doada
por países árabes para os quais os
EUA têm apelado.
Chris Patten, comissário de assuntos externos da União Européia, afirmou que o mundo não
deve esperar que países que foram "particularmente hostis à intervenção militar se entusiasmem
muito em gastar uma grande
quantia de dinheiro no Iraque".
O Secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, seguiu a mesma linha. "Pode demorar para
atingirmos nosso objetivo", disse.
Uma possível fonte de financiamento para o Iraque é o petróleo,
cuja produção ainda está abaixo
dos cerca de 2 milhões de barris
diários de antes da guerra.
Entretanto, em Washington, o
secretário de Comércio, Don
Evans, disse que dentro de três ou
quatro anos a produção pode chegar a 6 milhões de barris diários.
Pesquisa
Um levantamento divulgado
ontem pelo Centro Iraquiano para Pesquisas e Investigações Estratégicas (Cries, pela sigla em inglês), mostrou que 50,1% dos iraquianos apóiam a permanência
das tropas no país, enquanto
33,1% se dizem contrários.
A pesquisa foi feita entre 28 de
setembro e 3 de outubro com
1.620 pessoas em sete cidades iraquianas. A margem de erro é de
três a quatro pontos percentuais.
Os EUA, além de levantar dinheiro, também buscam apoio
militar para dispensar parte de
seu contingente no país, alvo de
um média diária de 35 ataques.
Ontem, em Baquba, ao norte de
Bagdá, mais um soldado foi morto em um ataque a bomba, elevando para 105 as baixas dos EUA
em ataques no pós-guerra. Além
disso, dois policiais iraquianos
morreram na explosão de um
oleoduto na mesma região.
Com agências internacionais
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