|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ONU
País conquista assento rotativo
Brasil vê chance de ter vaga permanente no CS
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O Brasil conquistou ontem uma
vaga como membro não-permanente do Conselho de Segurança
da ONU (Organização das Nações Unidas) por um período de
dois anos. Agora, a ambição da
política externa brasileira é obter
um assento permanente no CS.
"É uma feliz oportunidade para
o Brasil o fato de o seu mandato
coincidir com o momento no
qual o movimento por reformas
na ONU está em andamento.
Com certeza, a performance do
Brasil no CS será um ativo importante em negociações futuras",
disse à Folha Ronaldo Mota Sardenberg, chefe da missão brasileira na ONU.
A partir de 1º de janeiro de 2004,
o Brasil herdará a cadeira que hoje pertence ao México. Será a nona vez que o Brasil ocupa essa posição nas Nações Unidas.
Para levar adiante o intenção
brasileira de ter um assento permanente no CS, na avaliação de
Sardenberg, será necessário trabalhar no âmbito da Assembléia
Geral e também isoladamente
com diversos países.
"As credenciais do Brasil são
inegáveis. A realidade nos favorece. Há a percepção de que o Brasil
tem uma atuação consonante
com as aspirações da comunidade internacional", disse.
O embaixador brasileiro reconhece, entretanto, que não há
consenso entre os países latino-americanos sobre a possibilidade
de o país vir a ser o representante
definitivo da região no CS. "Ainda
há países indecisos e opiniões divergentes", declarou Sardenberg.
Parte da estratégia para reforçar
a credibilidade do Brasil entre
seus pares na instituição é saldar a
dívida que o Brasil tem com a
ONU. O débito acumulado só
neste ano é de US$ 61 milhões, segundo Sardenberg. Até o final de
2003, o Brasil precisa efetuar um
pagamento de US$ 24 milhões.
"Estamos nos esforçando para
pagar um valor um pouco acima
desses US$ 24 milhões. É uma
questão vital para manter o equilíbrio político do país", argumentou o embaixador.
Fase inicial
Por enquanto, porém, as mudanças da ONU ainda estão em
fase inicial. Um painel formado
por intelectuais estuda as reformas e deverá apresentar um relatório sobre o assunto no final de
2004. Sardenberg se mostra otimista. "Acredito que teremos alguma reforma até o final de
2005".
Na votação de ontem na Assembléia Geral da ONU, o Brasil recebeu a aprovação de 177 dos 182
votantes presentes. A candidatura
brasileira já havia sido endossada
pelo Grulac (grupo regional da
ONU que reúne os países da
América Latina). O país foi o único candidato indicado pela região.
Argélia, Benin, Filipinas e Romênia são os outros novos membros não-permanentes escolhidos
pela Assembléia Geral da ONU
ontem.
Texto Anterior: Iraque ocupado: Annan pede doação para reconstruir Iraque Próximo Texto: Mídia: Pulitzer de 1932 ao "Times" é revisto Índice
|