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VENEZUELA
Segundo analistas, presidente busca enfraquecer esforços da oposição
Chávez aumenta salários e benefícios
DA REDAÇÃO
Diante da forte possibilidade da
realização de um referendo que
pode afastá-lo do cargo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vem aumentando salários,
prêmios e benefícios do funcionalismo, dos militares e dos pobres
-numa tentativa de manter-se
no poder-, segundo disseram
ontem analistas políticos.
O referendo poderá ocorrer no
final de março de 2004 se a oposição conseguir coletar assinaturas
suficientes no mês que vem. Mas
o presidente e seus inimigos já estão numa batalha aberta em busca
da simpatia dos 12 milhões de
eleitores venezuelanos.
"O Natal chegou mais cedo!",
declarou Chávez, sorridente, anteontem, anunciando um aumento de salários e de benefícios para
o funcionalismo público e para os
militares. Milhões de dólares serão necessários para pagar a conta, estimam os analistas.
Num programa de TV, ele elogiou novos projetos governamentais nas áreas da saúde e da educação, destinados às camadas mais
pobres da população venezuelana. Para aplicar seus planos, ele
deverá receber ajuda de Cuba.
"O homem [Chávez] está fazendo uma forte campanha e gastando dinheiro à vontade", disse Robert Bottome, da empresa de consultoria VenEconomy, à agência
de notícias Reuters.
Chávez, eleito pela primeira vez
em 1998, busca o apoio da opinião
pública, já que pesquisas recentes
mostraram que a maioria dos venezuelanos estaria disposta a tirá-lo do governo se o referendo fosse
realizado. De acordo com o presidente, as pesquisas são manipuladas pela oposição.
Crise diplomática
As já complicadas relações entre
os EUA e a Venezuela voltaram a
ficar tensas após uma denúncia de
que a CIA (agência de inteligência
dos EUA) está envolvida em um
plano de desestabilização do governo venezuelano.
O embaixador dos EUA em Caracas, Charles Shapiro, afirmou,
porém, que a acusação "carece de
fundamento", não sendo verdadeira. Deputados chavistas acusaram a CIA de participar de um suposto plano para preparar ações
terroristas em Caracas.
Segundo os deputados, a CIA
planeja atuar ao lado de setores
radicais da oposição entre 28 de
novembro e 2 de dezembro,
quando os opositores deverão
realizar a coleta das assinaturas
pró-referendo.
Com agências internacionais
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