São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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A POTÊNCIA MILITAR

Além das armas mais avançadas do mundo, os Estados Unidos têm 1,4 milhão de militares espalhados pelos cinco continentes

Forças estão no limite da sua eficiência

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

OS ATAQUES TERRORISTAS de 11 de setembro de 2001 a Nova York e Washington e as operações subseqüentes dos Estados Unidos no Afeganistão (outubro de 2001) e no Iraque (a partir de março de 2003) pegaram as Forças Armadas americanas em um momento de mudança cujos méritos ainda são debatidos pelos especialistas.

Mas mesmo menores que na época da Guerra Fria, essas forças compensam a perda em números com maior uso de tecnologia.
O foco das mudanças, defendidas principalmente pelo secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, é transformar os militares dos EUA em forças mais ágeis, com maior rapidez e facilidade de deslocamento pelo planeta.
Mas as operações de guerra nos dois países do Oriente Médio têm demonstrado que as forças, especialmente o Exército, estão estendidas quase ao limite da sua eficiência. Faltam "botas no terreno", dizem os críticos.
Se por um lado as operações de combate foram eficientes e rápidas, isso dependeu de forças tradicionais, nucleadas em tanques, artilharia e blindados pesados de transporte de tropas. São justamente as forças que a atual direção do Pentágono considera obsoletas para as guerras futuras.
A posterior ocupação do território não foi planejada a contento, nem tropas mais adequadas foram enviadas. O resultado foram escândalos com prisioneiros, insatisfação das tropas e dificuldade em eliminar um inimigo que está em toda parte tornam o futuro da ocupação algo complexo.

Resposta rápida
A capacidade americana de intervir em terra em qualquer parte do mundo deverá ser ampliada com a criação de forças mais ágeis, como as brigadas Stryker, capazes de ser enviadas por aviões de transporte com mais facilidade do que as forças pesadas de hoje.
Hoje uma flexível força de doze porta-aviões gigantes permite uma resposta rápida a crises. Nem todos estão no mar todo o tempo, mas em julho último, um exercício envolveu nada menos do que sete deles operando ao redor do planeta.
O complexo-industrial-militar demora a se adaptar aos novos tempos e novas ameaças, porém. Ainda continuam sendo tocados sistemas de armas projetados na época da Guerra Fria com o bloco comunista, que hoje perderam a razão de ser -caso, por exemplo, do moderno caça F-22, que não tem adversários à altura.
Mas, com exceções pontuais, as armas dos EUA continuam sendo as mais poderosas existentes -seus tanques, seus caças, seus navios de combate.

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